quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Eu não existo, eu poetiso!


Casos crônicos em crônica do Analista da Pitangueira:

Ando lendo poesias horríveis, humm, ando lendo ... não, não ando lendo, eu leio e ando em tempos opostos, antagônicos, versados pela natureza de cada evento, é isto, eu ando e leio separadamente. Também não falo ao celular lendo, a não ser para declamar, mas o caso que não declamo, sabe?! - aquela entonação não aparece.

- Entendo.

O senhor entende mesmo? Sabe lá o que é esta loucura de ser vivo neste manicômio globalizado? Tem noção exata ou aproximada, com no máximo um desvio de uma casa após a vírgula, entre 1 e 4, para não arredondar, o senhor tem mesmo a exata razão de entender minha loucura particular, única, habitante em mim?

- Não, mas acredito que fala por que há nisto tudo uma razão.

Não há nada em mim, doutor, sou um niilista em fausto rufar da negação do tudo, desde o que sou, quem sou, e o que é isto tudo à minha volta.

- Bem, se o senhor vê um "isto tudo à sua volta", então há algo aí que dá vazão aos seus mais secretos e ocultos mistérios. 

(silêncio)

- Contemplando seu niilismo?

Se quer saber se o meu niilismo é apenas algum tipo de movimento negador de toda e qualquer coisa, a resposta é "não exatamente". Meu cérebro pode criar, recriar, destruir e edificar mundos fantásticos, pode me levar em locais onde nunca outro ser vivo jamais ousou sonhar. A verdade em tudo é que eu não existo,  doutor, eu poetiso! Mas não ando lendo.

- Muito bem, temos aqui um avanço. Finalmente o senhor afirma que pensa, e isto o faz ser vivente deste mundo, para onde a sociedade necessita tê-lo ressocializado e em segurança.

Então quer dizer que ser poeta é estar louco a ponto de necessitar ter uma camisa de força física e /ou preferencialmente química, só para provar que a minha negação do que está aí fora, neste espaço cósmico, é o real e meu eu, minhas percepções, são etéreas. 

- Veja só, o senhor reconhece uma negação de dentro para fora, mas a posiciona de uma forma excêntrica.

- E ser concêntrico satisfaz a quem, doutor? Nem as putas gostam de homens concêntricos, nem as pervertidas, e muito menos as não normais.

- O senhor gosta de putas ou de pervertidas ou de mulheres anormais?

E quem não gosta? São o elo entre os mundos, romperam barreiras seculares, e fazem do seu corpo um monumento literato, onde vão escrevendo as fases, reminiscências, transgressões e taras desta sociedade cada vez mais hipócrita. Quer saber? Chega por hoje. Fui passar bem ou mal, não me interessa em si, mas não ande lendo, doutor, não ande lendo. 

- Semana que vem, pode ser? Gostaria de vê-lo semana que vem. 

Não sei, doutor, mas caso esteja nesta órbita por aquela hora daquele dia, quem sabe? Se assim for que seja assim nosso próximo eclipse.

É isto aí!

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