sábado, 26 de dezembro de 2015

Odete, a Eva do Planalto e a maçã do poder

É dezembro, ainda nem bem amanheceu o sábado da semana natalícia e meu Nokia original, único dono, modelo 2004, toca freneticamente. A voz rouca, macia e aveludada de Odete me desperta com o desejo de estar ali, ao seu lado, numa praia deserta da Bahia, como quase o fizemos na juventude.

Diz a lenda que Odete fazia um show privado para a alta corte do Paranoá, todas as quartas feiras, no climax das quartas em Brasília, após o fechamento das sessões, em seleto clube  à beira do Lago, imitando famosa praia bahiana. Ali, entre movimentos sensuais e semblante cândido, as apostas eram altas entre os senis e poderosos senhores da nata do poder pelo direito de levá-la ao Eden, até que uma destas ateias desqualificadas, conjuge de um velhinho muito simpático, não entendeu a divindade do ato e destruiu o paraíso a tiros de escopeta com o cano serrado.

Odete!!! A que devo a honra da sua voz rouca nos meus ouvidos?

- Humm, amore, hoje queria estar aí do seu ladinho... hummm.

- Nossa!! Vem então, querida.

- Não posso amore, estou cunhando na frenesi do Planalto hummm... Central ... miau...

Cunhando? Como é isto, Odete?

- Então, amore? Sabe a Gildinha? Ela me confidenciou que ouviu do Geraldão, seu discreto cafetão de Planaltina, que soube pela Renatinha Frufru, que escutou num evento personal trainner que fez numa festinha privê dos servidores da sexta secretaria da quinta coluna do quarto nível do terceiro subdistrito do segundo anexo, que a moda agora em Brasília é ser Cunhã Poranga.

- Cunhã Poranga? isto não é expressão tupi para moça bonita?

- Então amore, aqui está uma loucura e então todo mundo fica cunhando e sendo cunhado, um cunha numa cunhã aqui, outra cunha outra cunhã ali, até a bola sete cair na caçapa, e o cacique sair ileso com as poções e rezas da pajé do Leblon, um índio maluco e doidão da tribo dos tupynambás. 

- Mas e se as cunhãs não conseguirem cunhar o cacique e se nem o Pajé conseguir livrar os dois das maldições de Tupã?

- Então, amore, quem com cunha cunhã, com cunhã será cunhado e sabe como é, cunhado não é parente. Agora deixa de ser mané e vem fazer pajelança na sua cunhãzinha, vem, amore, vem...

- Uau, Odete, sua proposta me deixou muito excitado.. Odete.. alô ... mas que coisa, caiu o sinal de fumaça!

É isto aí!

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