Renatinho, puta que pariu, sai deste banheiro logo e para de ficar falando sozinho.
Sim, mamãe, estou saindo. E não estava falando sozinho, estava refletindo com a possibilidade de pedir a Adelaide para sair comigo.
Como é que é? Aquela vigaristazinha, filha do Zéduardo? Só por cima do meu cadáver, Renatinho. Aquela é uma caninana igual à cafetina da avó que criou a moça no cortiço junto com a cadela no cio da mãe. Esquece isto, Renatinho, ela não presta para você.
Naquela noite:
Adelaide, eu preciso falar uma coisa para você.
Fala então.
Eu te a... eu te a... eu te a... eu quero namorar com você.
Namorar comigo? Depois que a sua família difamou gratuitamente a minha por causa do corno do seu pai que recusou pagar o carro que comprou do meu tio?
Adelaide, isto foi entre eles.
E você, que ficou até a semana passada com a minha prima? E agora vem falar que me ama?
Eu juro, Adelaide, eu juro pelo que há de mais sagrado na face da terra, que nunca mais vai acontecer de novo.
- Silêncio (Olhar fulminante)
Eu juro por tudo, pela minha santa mãe, pela minha avó, pela Tia Telinha, eu juro.
- Silêncio (Olhar de desprezo)
Eu errei, eu fui fraco, eu fui covarde, eu fui um idiota, isto mesmo, eu fui um perfeito idiota.
- Silêncio (Olhar de indiferença)
Adelaide, o que eu preciso fazer para ter você e viver feliz para sempre?
Basta fazer uma delação premiada pré-determinada para com a minha amada, estimada, santificada e honesta famiglia...
É isto aí!
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Gratidão!