terça-feira, 6 de setembro de 2016

Acabou, baby

- Claudionor, precisamos conversar ...

- Não é isto que estamos sempre fazendo, Roberta Flávia? De uns tempos para cá nosso clímax é um diálogo cordial.

- Nossa, como você é grosso.

- Olha, Roberta Flávia, não dá mais. Eu não queria assim, não quero assim e estou saindo deste relacionamento.

- Eu te amo, Claudionor!! 

- Sim, e daí? Eu não te amo. E pronto, este é o ponto final.

- Eu te amo muito!

- Não se quantifica o amor, a dor, a saudade, a falta, a angústia, o escambau. Portanto não vem com isto de muito.

- Eu te amo para sempre!

- Eu não sou eterno, não sou uma estátua romana numa praça com tanque de moedas, nem ponte de cadeado francês. Estou fora.

- Eu amo a sua vida, o seu corpo, a sua voz, o seu cheiro de moleque suado, as suas roupas.

- Ama merda nenhuma. Vive me dando esculacho sobre como estou assim, assado.  Para com isto.

- Você tem outra, não é isto? Você só pode ter outra. Quem é a vadia?

- Olha, não dá mais. Eu não queria assim, não quero assim e estou saindo deste relacionamento.

- Então a piranha é conhecida. Olha nos meus olhos e me diz a verdade. Quem é a biscate? Você teve a coragem de me trocar por outra?

- Sim, e daí? Eu não te amo. E pronto, este é o ponto final.

- Puxa vida, você não está nem conseguindo formar frases novas. Você é uma fraude. Sabe o quanto isto me dói? Me dói por toda a vida!

- Não sei mais o que te falar, então resolvi ser repetitivo. Não se quantifica o amor, a dor, a saudade, a falta, a angústia, o escambau. Portanto não vem com isto de muito.

- Mas o que é isto? Você decorou estas falas na cama com a vagabunda? Quem é esta piranha? Fala, caramba, fala logo. Foi ela que te deu este roteiro? Fala, merda!  Quer saber de uma coisa, Claudionor? Eu vou agora lá na sua casa e ter uma conversa com a sua mãe. Eu quero saber de tudo. Ah! Aquela ali adora uma fofoca, e sei que vai me contar.

- Minha mãe não, de jeito nenhum. Não coloca  a minha mãe nisto.

- Ah! O bebezinho está com medinho da mamãe? hem, neném, a mamãe te coloca de castigo?! 

- Medo não, é que ..., tudo bem, pode ir.

- Quer saber? Posso ir o caralho - acabou, baby, não sou vaca para bater de frente com a sua mãe, assim, tipo de graça no "tudo bem, pode ir" ... aí tem macumba. E tem mais, já despachei minhas malas, já encerrei a nossa conta conjunta, já entreguei o apartamento na imobiliária e adeus.

- Não, espere, eu posso estar enganado, espere ... estou confuso ... eu estou terminando com você porquê é você que quer terminar comigo? É isto? É para que eu me sinta culpado?

- Idiota! Já acabou há muito tempo, baby!

É isto aí!

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