quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Odete, a Musa dos Algoritmos Imperativos de Brasília.

São três horas da manhã e meu indefectível Nokia analógico (tiuhpa ráiphone) faz de seu acesso ao mundo exterior o alarde devido. Do outro lado da célula esta Odete, a Musa dos Algoritmos Imperativos de Brasília. Cabia a ela, nos áureos tempos do Hotel Nacional, quando das recepções ao mundo, definir as possíveis saídas das autoridades em campo ao sistemático olhar dos curiosos da casamata. Foi assim que certa alteza imperial, quando de passagem pelo planalto, foi saudada na festa de recepção pelo gestor nacional de plantão (sic) com um macarrônico inglês de onde pode-se ouvir o “God… God… The Queen”.

Dado o silêncio da comitiva visitante, Odete puxou em alto e bom som a segunda estrofe do hino da terra distante-  Oh Lord our God arise, Scatter her enemies, And make them fall: Confound their politics, Frustrate their knavish tricks, On Thee our hopes we fix: God save us all. 

Conta a lenda que em face da vergonha perante a alteza imperial e da cantoria empolgante entoada pela choldra presente, dias depois, o gestor contando com o apoio das favas à ética, editou o ai-ai-five, que bateu e doeu onde pegou. 

- Odete, minha musa, o que posso fazer para obter mais que sua voz?

- Ai, amore, venha me ter em Brasília, mas antes preciso te falar algo que está, digamos assim, entalado nas minhas cordas vocais.

- Sou todo ouvidos, Odete!

- Nossa, que lindinho, bem, sabe a minha prima, a Carminha? Então, ela me contou que dia destes estava em discreta Menage Party da alta sociedade internacional residente às margens do Paranoá, quando ouviu do seu lovely partner de ocasião, Doutor F., que a coisa está ruim e vai piorar. Doutor F. citou de fonte segura, pois lhe foi confidenciado pela sua amante secreta do polichinelo, Lourdinha Pédeboá, que soube pelo marido, o famoso parlamentar J. Queromeu. 

Este parlamentar frequenta assiduamente a mesma casa das meninas do bom tom, para onde sempre vai a nata da nata dos dissimulados, e numa noite destas ouviu de Cristinne - a indomável, a revelação de que ouviu do poderoso Dom Tomasi di Merlusa, quando atendia aos seus caprichos, de que ele ficou arrasado pela anti-ginástica olímpica, depois de tudo o que fez de bom e do melhor, e por isto e também pela música cantada pela Elzinha, vai editar em breve o ai-ai-six, e pretende desta forma derrubar tudo, incluindo a cordilheira dos andes.

- Nossa, Odete, então o maestro da Eine Symphonie des Grauens vai cumprir o Nostradamus?

- Uau, amore, não fui eu quem disse isto, hem... Uau ... nossa, fiquei toda suadinha. Vem para Brasília, amore, aqui jorra leite, mel e loucuras de amor total. Vem... vem ...

- Eu .., Odete, eu ... alô ... alô ... merda, fiquei preso na bolha algorítmica e perdi a oportunidade.

É isto aí! 

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