terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Pensa na moça em tom azul



Pensa
na vivificancia
com ares de penha
sem sanha nem mágoas
e dispensa
o particípio
passado regular

Pensa
num retrato
feliz estático
na janela da vida
e repensa o quadro
      poente na moldura      
do tempo perpétuo

Jogue tons mais azuis
na tela da memória
fica luzidia
leve diferente
meio clara
meio brilhante
por inteiro ...

Pensa
nas densas
marcas e cicatrizes
flutuando
feito lenços
de seda fina
em ventres delgados

Pensa
nas caminhadas
onde a pele crua
sangra em sandálias nuas
como se fosse de carmim e salto
e surgirão traços
dos repentes da alma.

Quão de repente
pensa nas noites
com lágrimas brancas
vívidas e lépidas
lavando as pegadas magentas
sobre palhas e pedras
feito matitaperê

Olha agora
no retrato final
como a vida
ficou penha,
luzidia
muito mais
linda assim


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