terça-feira, 20 de junho de 2017

O Conde, o Príncipe e o monopólio da força

Subi na Colina do Bom Senso da terra guarany, circunvizinha do reino da Pitangueira, e o que vi foi como sempre surpreendente. Vejamos algumas destas deslumbrantes manifestações nas aldeias: 

- Tribos riram do descuido de determinado oficial ao divulgar o nome e a identidade de um agente secreto apache.

- Tribos deram gargalhadas ao verificar que o Conde Drácula Usurpador registrou o passeio, digo, a viagem oficial desta semana com destino à União Soviética.

- Tribos deliraram com a vitória de 10X9 numa das comissões do senado, que por hora congelou a incrível e fantástica e inenarrável deforma trabalhista. (não, você não leu errado, escrevi deforma mesmo, com d).

- Tribos chiaram com o adiamento da prisão do playboy sukita do Leblon. 

- Tribos chiaram com a soltura de pessoas detidas por estarem vinculadas ao tio sukita do leblon e associados.

- Tribos deliraram com a denúncia de que o Conde é corrupto, feita por um órgão oficial do governo.

Bem, com a vista já cansada, daqui do alto da colina vejo que as tribos ainda não entenderam que o processo político não é para chiar nem para delirar, nem para aplaudir, nem para vaiar. Ainda imberbes e ingênuos acham que política se vence no grito, enquanto os bastidores fazem as peças se moverem. Quais peças? Só aqui citei seis - que sugerem que as partes usurpadoras tomaram duas decisões - só dialogar com vantagens e pressionar os indecisos.

Maquiavel, o autor best-seller do mundo ocidental nunca saiu de moda:

No capítulo 17, defende que é melhor a um príncipe ser temido do que ser amado, mostrando que as amizades feitas quando se está bem, nada duram quando se faz necessário, sendo que o temor de uma punição faz os homens pensarem duas vezes antes de trair seus líderes. Diz também que a morte de um bandido apenas faz mal a ele mesmo, enquanto a sua prisão ou o seu perdão faz mal a toda a comunidade. O líder deve ser cruel quanto às penas com as pessoas, mas nunca no caráter material; "as pessoas esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda da herança".

No capítulo 18, Maquiavel argumenta que o governante deve ser dissimulado quando é necessário, porém nunca deixando transparecer sua dissimulação. Não é necessário a um príncipe possuir todas as qualidades, mas é preciso parecer ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso já que às vezes é necessário agir em contrário a essas virtudes, porém é necessário que esteja disposto a modelar-se de acordo com o tempo e a necessidade.

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

É isto aí!


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