quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Odete, a rainha das ilhas virgens do Paranoá

Fui deitar pensando no Trump e no Tremer, dois furacões da mais alta potência, e dado ao cansaço pela defesa dos muitos tornados que andam acontecendo, dormi depressa mas acordei em sobressalto pelo estridente soar do meu Nokia original 12 anos único dono. Do outro lado da célula sussurra minha deusa onírica, Odete, a acrobata jet-set do Paranoá.

Conta a lenda de Brasília que Odete por mais de uma década liderou com maestria alguns grupos sociais emergentes neo-colunáveis para voos noturnos, abaixo do radar das maldades e da inveja, em viagens frequentes de avião a jato de determinado elemento poderoso de codinome Carmen, para ilhas paradisíacas do Caribe sob o exclusivo domínio de sua alteza imperial, a rainha velhinha daquela ilha do outro lado do Atlântico. 

Uma vez em paraísos imperiais, fazia suas acrobacias para não permitir que a choldra da pátria amada juntasse o substantivo som com o verbo da 1ª conjugação negar, afinal o que se compra com o silêncio se nega nas palavras, se juntar dá papuda. Desta forma salvava a elite empoleirada das maldades da patológica mania que o povo tem de querer saber por que certos políticos e alguns personagens públicos da nossa história não pagam imposto. 

- Odete, eu adoro ouvir sua voz ...

- Nossa, amore, fui na ilha virgem e voltei ...

- Não seriam ilhas ...

- Pensa amore, pensa bem ...

- Ah!!! Você sempre de bom humor, Odete. Eu te amo!

- Para tudo, para o trump, para o tsunami, para tudo, ai ... ai .... agora posso morrer em Goiás Velho!

- Nem vou perguntar o motivo de ser lá, mas  a que devo a honra de te ouvir, meu bem?

- Nossa, me chamou de meu bem, é tudo que euzinha queria. Olha amore, meu alfa delírio, como você sabe, eu nunca faço delação, eu disse delação - não confunda, amore - eu nunca faço delação sem provas sólidas.

- Considerando que suas delações premiadas sempre têm substantivo, predicado, verbo e sujeito, antes de me atualizar, tenho só uma inofensiva pergunta, meu bem - No calor da delação haveria espaço para o ato falho, Odete? 

- Ai, meu Deusinho do Planalto, vou ficar te devendo, viu? A verdade, amore, que não existem amadores no banco, nem no banco dos réus nem no banco dos reis da cocada, se é que me entende, amore.

- Entendo meu bem, agora ficou claro, mas a que devo a honra de te ouvir?

- Primeiro deleitar na sua voz, segundo que euzinha e Claudinho, meu pet-boy, achamos o máximo sua crônica com aquele nome latim esquisitérrimo, mas o negócio do carro dodge só para ricos, menino, demos gargalhadas e uivadas até a barriga doer.

- Claudinho Pet-Boy?

- É meu petpet, amore, ele é gaulês e acha lindo eu chama-lo de Claudinho Pet-Boy, por que ele é quase tudo em mim, juntado e misturado e batido num liquidificador, veja só ele é coiffeur; masseur; esthéticienne; nutritionniste; personnel alpha; maquilleur; confesseur; amoureux des étoiles; conducteur et pervers personnels.

- Nossa, Odete, sem palavras, mas apesar de não entender nada de francês, entendi a função do rapazote, mas voltando ao tema, a que devo a honra?

- Bem, amore, dia destes estava compartilhando Claudinho, meu petpet, com a Adalgiza X, Frígida U e Creuzadete K, umas coleguinhas dos tempos universitários, quando éramos insuperáveis e abalávamos o eixo. 

- Entendo, Odete ...

- Bem, elas me disseram que ouviram de um amiguinho de biblioteca, a quem prestam serviços literários, digamos assim, uma revelação em total confidência que escutou da boca entreaberta da colunabilíssima Juju Catapora, que soube pela esposa do Adamastor, que escutou da Catarina Zelda, que recebeu a notícia via whatsapp da Francisquinha Tetas, que leu no instagram enviado pela Madalena da Quatros, cuja alcunha se deve aos serviços prestados aos quatro cavalheiros do apocalipse do planalto, que o sonho do Don Miguel, o Velho é ser coroado ainda em vida.

- Coroado, Odete? Com cetro e tudo?

- Isto, amore, coroado e aclamado em praça pública, desfilando em tapete verde, por que vermelho sabe né amore - não pode, vindo logo atras sua Lady recatada e do Lar e uma pequena comitiva de 300 deputados, 40 senadores, algumas dezenas de servidores públicos sob segredo de função, oficiais disto e daquilo, e nas arquibancadas a nata, a finesse, o crème pâtissière da corte globalista ensandecida.

- Isto é sério, Odete?

- Seríssimo, amore, mas só ainda não ocorreu porque há um enorme e único medo de vossa majestade: vai que no meio do caminho alguém - sempre tem um espírito de porco - começa a gritar em cadeia nacional - o rei está nu ... o rei está nu ...

- Nossa, Odete, toda esta conversa me deu uma arrepiada ...

- Vem, amore, vem me ter em Brasília, sai deste interior e vem explorar meu exterior, vem amore, o que lhe custa me ter? Vem ser meu rei ...

- Nossa, Odete, falando assim, eu ... eu ... eu ... alô, alô??? Merda, caiu a ligação, e justo agora tinha que baixar o espírito do rei gago em mim?

É isto aí!

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