quarta-feira, 30 de maio de 2018

Saíram com o rabo entre as pernas


Há alguns meses, apoiados numa histérica misoginia (pleonasmo de reforço - há histeria na misoginia sempre sempre sempre), foram os heróis da vitória dos patos e agora ... hummmm ... pois é, josé, e agora?!

Rabo entre as pernas.

Expressão popular que significa: sair humilhado, acovardado, apavorado. Os animais fugitivos ou amedrontados fogem com a cauda abaixada, entre as pernas. Não teve jeito, fulano teve que sair correndo, com o rabo entre as pernas.

O texto abaixo e a gravura acima copiei e colei literalmente do blog 

Muitos donos de cães têm-nos para poderem dar ordens a alguém:
- Senta! Deita! Rebola! Vai buscar!
Depois de guardarem os cães vão sentar, deitar, rebolar e buscar às ordens de políticos medíocres, de empresários gananciosos ou de badamecos da função pública. Vidas de cão.

É isto aí!

Saia da sombra, venha para a luz

Preciso começar falando de sombra por Jung:

a sombra, porém, é uma parte viva da personalidade e por isso quer comparecer de alguma forma. Não é possível anulá-la argumentando, ou torná-la inofensiva através da racionalização. Este problema é extremamente difícil, pois não desafia apenas o homem total, mas também o adverte acerca do seu desamparo e impotência” (JUNG, 2008d, p. 31)

A definição junguiana da sombra foi muito bem colocada por Edward C.Whitmont, analista de Nova York, ao dizer que sombra é “tudo aquilo que foi reprimido durante o desenvolvimento da personalidade, por não se adequar ao ideal de ego.

Se você teve uma educação crista, com o ideal do ego de ser benevolente, moralmente reto, gentil e generoso, então certamente você precisou reprimir todas as suas qualidades que fossem a antítese desse ideal: raiva, egoísmo, loucas fantasias sexuais e assim por diante. Todas essas qualidades que você seccionou formariam a personalidade secundária chamada “sombra”.

Hoje eu quero convidar você a incidir a luz sobre as sombras da sua alma, aqueles sentimentos que foram sendo varridos para debaixo das suas vontades, em função de uma verdade que não é a nossa.

Somos um país livre com as nossas vidas, nossa alegria, nosso carnaval, nossa ancestralidade negra, branca e índia tudo junto e misturado, nossa macumba, nosso terço, nosso candomblé, nossas procissões, nossas novenas, nossas crenças nas mais diversas formas transformadas em um objeto na sombra de uma poderosa rede nacional de mídia invasiva. Permita se descobrir - não há dia sem sol e lua, noite e dia, escuridão e luz - traga sua sombra novamente para  a luz e verá que um filho não foge à luta. 

A sombra contém grandes possibilidades e potencialidades que o ego reprimiu por falta de afinidade e ou repulsa provocada pelo outro. A sombra é nosso lado obscuro com características construtivas e destrutivas, ou seja, contém aspectos ocultos, afetivos, autônomos, suficientemente, capaz de ameaçar e dominar o ego, este processo de edificação por valores dominantes. 

Assim definiu o poeta Gilberto Gil:

O mundo da sombra, caverna escondida
Onde a luz da vida foi quase apagada
mundo da sombra, região do escuro
Do coração duro, da alma abalada, abalada
Hoje eu canto a balada do lado sem luz
Subterrâneos gelados do eterno esperar
Pelo amor, pelo pão, pela libertação
Pela paz, pelo ar, pelo mar
Navegar, descobrir outro dia, outro sol
Hoje eu canto a balada do lado sem luz
A quem não foi permitido viver feliz e cantar
Como eu
Ouça aquele que vive do lado sem luz
O meu canto é a confirmação da promessa que diz
Que haverá esperança enquanto houver
Um canto mais feliz
Como eu gosto de cantar
Como eu prefiro cantar
Como eu costumo cantar
Como eu gosto de cantar
Quando não tão a balada, a balada, a balada
do lado sem luz


terça-feira, 29 de maio de 2018

A pátria da minha rua

Quero essa pátria parida
nas margens turbulentas da vida
em raios múltiplos do sol nascente
reluzente ao céu da minha rua

Quero uma pátria
conquistada com braços fortes
cabelos ao vento, peito aberto
Desafiando a própria sorte!

Quero uma pátria amada
uma pátria amante
que não seja idolatrada, nem salvífica
mas que seja acolhedora e destemida.

Uma pátria atenta, flamejante
amor sincero, resolvida e pronta
que resplandeça o sorriso
do seu povo fulgurante

Uma pátria gigante
bela, formosa e aconchegante
Onde todas as crianças têm futuro
acionados pela grandeza pulsante

pátria amada
única neste planeta de mundo finito
seja pai, mãe, filha
dos filhos deste solo, aflitos.

É isto aí!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Só coisando.




Ando tão angustiado e desacreditado que de repente acho possível uma conjunção planetária reversa.

Na verdade estou atento e tenso com tudo que vejo acontecer. Há um grande e nada amistoso negócio por detrás desta grande e ruidosa coisa. Mas como está tudo coisado, não sei de nada, apenas coiso. 

Estamos em 2018 e digo que os próximos quatro anos serão inenarráveis. Está feia a coisa.

É isto aí!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Perfeição - Legião Urbana (Renato Russo)


Perfeição
Renato Russo (1960 - 1996), compositor, poeta, cantor e pensador brasileiro.

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
Crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer da nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção

Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição...

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Marling - by Usman Haque

A palavra é viva - tem energia. Veja aqui: 
Sua voz cria o espaço ao seu redor, reverbera de várias maneiras muito depois de você ter parado de falar. Em Marling - Holanda, as vozes dos cidadãos são dadas através de efeitos espetaculares que pairam no ar acima da multidão, formando um teto delicado e complexo de cores animadas. As pessoas se tornam atores no cenário urbano, trazendo o espaço à vida através de suas ações e sons, e construindo uma memória pública compartilhada de colaboração que, esperamos, durará muito tempo depois do evento.


sábado, 19 de maio de 2018

Nunca foi deste jeito

Senhoras e senhores, respeitável público, nesta noite esta casa de espetáculos, a grande casa das artes e da cultura, o Teatro Imperial da Pitangueira, tem a honra de apresentar a peça - Nunca foi deste jeito.

o Sofá

A cena - O casal está em beijos e abraços num sofá lounge vermelho e inicia a discussão do relacionamento a partir da cor do sofá.

Ele - gostosa ... gostosa ... gostosa - beija alisa beija esfrega beija aperta - gostosa, gostosa, gostosa ...

Ela - Hummmm ... hummmmmmmmm ... hummmmmmmmmm ... beija, abraça, beija, abraça ... hummmmm

Ele - Mas que merda, assim não dá - este sofá é vermelho, seu salto alto é vermelho, tudo bem, mas até sua calcinha é vermelha ... não dá ... não dá ...

Ela - Desculpa amor, fui traída pelo minhas crenças limitantes. Nunca foi deste jeito!

É isto aí!



quarta-feira, 16 de maio de 2018

Pra dizer adeus (Torquato Neto)

Sad Asian Girl Sitting Alone Near Railway Stations ,vintage Tone Banco De  Imagens Royalty Free, Ilustrações, Imagens E Banco De Imagens.. Image  43214188.

Adeus

Vou pra não voltar

E onde quer que eu vá

Sei que vou sozinho

Tão sozinho amor

Nem é bom pensar

Que eu não volto mais

Desse meu caminho

Ah, pena eu não saber

Como te contar

Que o amor foi tanto

E no entanto eu queria dizer

Vem

Eu só sei dizer

Vem

Nem que seja só

Pra dizer adeus




segunda-feira, 14 de maio de 2018

ADORO AMAR VOCÊ (Agnes Jamille e Daniel Romagnolo)

O poder da auto-estima

Era uma vez num distante reino das flores onde existiam cetenas de flores das mais belas variedades, cores, fragrâncias e texturas. De todas a mais popular era a Rosa cor-de-rosa

Rosas cor-de-rosa: gratidão, agradecimento, o feminino (muitas vezes aparece simbolizando o útero em algumas culturas, como o gineceu está para a cultura ocidental - ver cor-de-rosa)

A rosa (do latim rosa)[1] é uma das flores mais populares no mundo. Vem sendo cultivada pelo homem desde a Antiguidade. A primeira rosa cresceu nos jardins asiáticos há 5 000 anos. Na sua forma selvagem, a flor é ainda mais antiga.[2] Celebrada ao longo dos séculos, a rosa, símbolo dos apaixonados, também marcou presença em eventos históricos importantes e decisivos. Fósseis dessas rosas datam de há 35 milhões de anos.

Cientificamente, as rosas pertencem à família Rosaceae, e ao gênero Rosa L., com mais de 100 espécies

São arbustos ou trepadeiras, providos de acúleos. As folhas são simples, partidas em 5 ou 7 lóbulos de bordos denteados. As flores, na maioria das vezes, são solitárias. Apresentam originalmente 5 pétalas, muitos estames e um ovário ínfero. Os frutos são pequenos, normalmente vermelhos, algumas vezes comestíveis.


domingo, 13 de maio de 2018

A Inutilidade de Guerras e Revoluções - Fernando Pessoa

A Inutilidade de Guerras e Revoluções (Fernando Pessoa)

As guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. 

Todos os ideais e todas as ambições são um desvario de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo? 

Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma - variável mas inaperfeiçoável, oscilante mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca - que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol e ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes. 

Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego" 

sábado, 12 de maio de 2018

Carta Aberta

CARTA ABERTA
Ao Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal
Gilmar Mendes

Excia., eu poderia estar me dirigindo a qualquer um dos Ministros da Suprema Corte, e o fato de tê-lo escolhido reside em que é o de maior visibilidade, o mais presente, via mídia e redes sociais, na vida dos brasileiros.
Não me aterei à sua biografia, aos fatos, reais ou não, airosos ou desairosos à sua imagem, e muito menos ao seu posicionamento ideológico, público e notório, assumido.
O que me leva a escrevê-lo é o questionamento, que acredito ser o da maior parcela de brasileiros, a respeito do comportamento dos Ministros, seus pares, na Suprema Corte, o Senhor, inclusive.
Não se chega à posição que os Senhores chegaram sem um grande cabedal de conhecimentos, do Direito e de outros assuntos, dando-lhes vasta cultura geral, universal. Dos senhores podemos afirmar tudo, menos que não sejam inteligentes.
Ora, Senhor Ministro, por exigência dos próprios mecanismos cerebrais, a primeira exigência a se fazer a um homem ou mulher inteligente, é a coerência, o não se permitir que em si habitem contradições, a menos que falsas, postiças, atendendo a interesses determinados.
Todos os Ministros do Supremo, sem que em possa isentar nenhum dos onze, vem se pautando por incoerências, contradições, volubilidade nas decisões, mudando-as ao sabor do vento e do momento.
Um vota justificando não concordar com o dito pelo relator, mas que votará a favor porque “a literatura jurídica assim me permite”, o outro passa a semana inteira na mídia, defendendo um determinado ponto de vista, e depois vota contra, ou criticando e votando a favor, até chegarmos na Ministra Rosa Weber que justificou um voto com argumentação totalmente contrária ao voto proferido, negando-o, o que, data máxima vênia, chega a beirar à insanidade.
E chego ao meu questionamento: o que se esconde por trás do comportamento dos senhores?
Fosse eu reducionista, colocando todas as atividades institucionais no patamar do ilícito mercantilismo e diria que a Justiça brasileira está comprada, que as decisões têm preço, o que me recuso a fazê-lo, por ferir os mais elementares princípios de dignidade, honra e decência.
Assim, ficam restando duas possibilidades de justificativas.
Recentemente p ex Presidente Lula referiu-se ao Supremo como “acovardado”.
De um ex Presidente da República pode-se esperar tudo, menos que seja mal informado e que seja leviano.
O que os acovarda, ministro? O que os assusta, põe medo?
Na primeira votação do HC de Lula um general fez ameaças. Ontem outro militar de alta patente repetiu, quando deveriam ter ficado calados, por dever de ofício, em respeito à disciplina e à hierarquia.
De onde partem as pressões, Ministro? Das Forças Armadas? De grupos fascistas? De partidos? Do exterior? O que temem? 
A ser verdade, o que está gerando esta situação, a de tomarem decisões em oposição às justificativas?
Ontem o Senhor, depois de sinalizar, por uma semana, que votaria contra a orientação do relator, votou a favor, justificando de uma maneira que pode ser entendida como espírito de corpo, corporativismo, o que é uma afronta ao bom senso. 
Se isto pauta os votos dos magistrados, basta que o relator o faça, em decisão monocrática, nos poupando tempo e dinheiro, por redução no número de votantes, entre os de maior remuneração do planeta, na mesma atividade.
Por fim, a terceira hipótese: por mais que o Senhor discorde, a situação presente, neste país, é resultado de um golpe de Estado.
O Senhor, tanto quanto todos, inclusive os de Douto Saber Jurídico, aqui e no exterior, não acredita em pedaladas, improbidade... Qualquer coisa capaz de justificar o que aconteceu, com a sua participação direta, inclusive em reuniões de conspiração, nas casas de Eduardo Cunha e Heráclito Fortes.
O resultado é que o país está hoje sendo governado em favor de menos de 1% dos brasileiros, com os pobres voltando para miséria, a classe média caindo na pobreza e o patrimônio público sendo doado ou vendido por valores irrisórios.
Estivéssemos sob o império da lei, subordinados à Constituição, isto estaria sendo impedido, mas não é o que está acontecendo, e lhe faço a derradeira pergunta: o STF da República Federativa está agindo de forma covarde porque ameaçado ou age, de forma covarde, ameaçando?
Sem confiar nas Instituições, onde se inclui a responsável pelo respeito à lei, o que nos resta fazer?
Precisamos de respostas, Ministro.

Rio, 10/05/2018.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Não deveria ser


O cerco está fechando ... fechando ... fechando. Em distante reino num lugar que não existe a não ser num conto de fodas, há um poder de imperioso ódio a assolar a escrachada, tenebrosa, turbulenta e poderosa oposição. Maldita seja a oposição que um dia ousou ser igual à situação - ódio, ódio, ódio.

Nojo, nojo, nojo! - diria a salvadora dos animaizinhos indefesos afogados.

A situação tem ódio, nojo e religiosidade suficiente para entupir o purgatório, MAS a glamorosa raça superior deve ser purificada de todos seus pecados, incluindo as ações contra estes imbecilizados da oposição. Líderes religiosos de diversas matizes fazem diuturnamente a unção divina, mandada pelo deus dos homens de bem e suas mulheres pudicas, para que se cumpram as escrituras suíças sobre a alegria, o sucesso, a harmonia e a paz, enquanto a justiça permanece imparcial para com os homens bem-aventurados. 

Neste distante e virtual reino, a oposição que permanecer calada, muda e retardada ainda será desprezada, mas sem arreio no lombo, afinal entenderam quem manda nesta porra. Mas tem umas pragas, pactuados com demônios, capetas e afins que só ficam falando sobre isto, aquilo e aquilo outro - povinho chato, hem!!! 

Ao poder da meretriciocracia, graças  às mães que um dia de glórias e louvores, incluindo gritos histéricos e gozos fingidos, geraram todos os homens de bens e de bem, com a candura de uma elfa romântica. O reino, desta forma, está nas mãos de pessoas inteligentes, que dominam o vernáculo local tanto quanto idiomas de Vênus e de Marte. Já a choldra, aquilo que é pura obra luciferina, são seres horrendos, incorporados por espíritos de porcos que querem se divertir, trabalhar com salários elevados, ter carro, entupir as ruas de automóveis 1.0 se achando um detentor de uma ferrari - forget, manés! 

O cerco está fechando, está tudo tenso ... tenso ... tenso. 

Não deveria ser, mas era uma vez o que é isto aí!

segunda-feira, 7 de maio de 2018

A ciranda de Sayyora

Entrudos de Lazarim
Na última postagem, analisando do alto da Colina do Bom Senso o belo planeta Sayyora, falei das coisas estranhas que por lá estão a ocorrer Trás-os-Montes da província tabajara (o que a choldra desconhece é que trás-os-montes está o Entrudo ...).

Pois bem, corre a boca miúda aqui e acolá que por aquelas bandas ocorrerão eleições legítimas, legais e válidas que elegerão congressistas, governadores e talvez o rei, através do mais alto galardão da tradição, da família e da propriedade, tal qual eram os congressos de tempos imperiais. É o sebastianismo ressuscitado sem o sebastião, como sempre.

Ocorre que a choldra tem memória curta, estopim curto, consciência curta e midiotices longas. No longínquo anno domini  de 2016, logo após se instaurar a lei e ordem  em Ulkan - o gigante tabajara adormecido - o ditador de plantão entregou goela abaixo do incontestável e imaculado congreçço (sim, aqui tem dois çç) uma PEC que de forma, digamos assim estupefaciente, imobilizou por vinte anos a Saúde Pública, a Educação Pública, a Assistência Social, a Cultura Nacional e outras coisas que só pobres e incompetentes usufruíam do governo anterior, sem fazer por merecer.

Alegaram a lei do meretrício, ou meretriciocracia - só os bons têm mães que ...

Além disto, não bastasse o amor à pátria amada, visto que o líder é fenício (explica em parte mas não no todo), as leis trabalhistas foram atropeladas em nome da modernidade, afinal a moda dos assalariados doravante será a fotossíntese, fenômeno de criação de vida a partir da luz e da água da chuva.

Desta forma faltarão recursos aqui, ali, lá e acolá, menos para a massa perfumada, aquela do glamour das orgias santas. Mas e aqueles que se vestiram de chiquita bacana? Como reagirão no iminente anno domini de 2019 em diante?  

Dirão que a culpa é dos vereadores e dos prefeitos.
Os vereadores dirão que a culpa é do prefeito
Os prefeitos dirão que a culpa é do governador
O governador dirá que a culpa é da aççembléia legislativa
A aççembléia legislativa dirá que a culpa é do congreçço nacional
O congreçço nacional dirá que a culpa é de determinado togado que bancou a "coisa"
O togado (data venia, lucidez de profeta) assim deu em sua sentença validando a "coisa":

"Há risco de setores mais vulneráveis e menos representados politicamente perderem a disputa por recursos escassos. Porém, está não é uma questão constitucional, mas política"

Veja só você em que buraco as chiquitas bacanas enfiaram Ulkan, o Gigante Tabajara. Era só tirar a maluca que tudo ia dar certo, desde que ... desde que ... fosse só para a massa cheirosa viajar sem aquele cheiro de pobre nos aeroportos.

Sorry, periferia, a caravana passa e os cavalos não descem as escadas enquanto os cães sarnentos morrem à míngua da PEC dos vinte anos.

É isto aí!


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Tá esquisito, estranho e perigoso

Enquanto isto na expansiva Galáxia Zarba, distante 33 anos-luz da Via Láctea, no sistema solar O'g'ri, no 5 º Planeta - Sayyora, conhecida universalmente pelas suas águas azuis e seu solo fértil, está sendo governada pelo malvado Ota-onasi, um ser de primeira instância que não deveria ter o poder que julgam ter.

Do alto da Colina do Bom Senso, monitorando a vida em Sayyora com um potente ultrascópio,  vê-se que Ota-onasi encurralou Ulkan, o gigante, colocando-o bêbado, drogado, na sarjeta da esbórnia, deixando que façam tudo o que se faz a um gigante adormecido. Permitiu que todas as suas economias fossem roubadas, seus sapatos roubados, suas meias roubadas, suas calças roubadas, sua cueca samba-canção amarela com elástico verde roubada, sua camisinha amaldiçoada de tom pirita (um bissulfeto natural de ferro, de coloração amarela, que se passa por ouro de tolos) roubada e até sua alma foi roubada.

Pelo potente ultrascópio percebe-se que agora Ulkan, o gigante, está nu, adormecido e imbecilizado. Foi molestado, sodomizado, violentado e o mais incrível - permaneceu com um sorrisinho idiota no canto dos lábios, murmurando - o importante é que eles foram embora e eu sou livre enquanto estiver drogado. Todo dia a maior indústria produtora, provedora e distribuidoras de drogas da comunidade dos homens brancos de bem de Sayyora dá as duas doses necessárias para mantê-lo abestado: no bom dia Sayyora e no boa noite, está no ar a sacanagem nacional. 

Nunca mais outra vez, nos próximos vinte anos Ulkan voltará a se sentir útil, trabalhador, rico, importante, forte, etc e tal - será apenas um medíocre serviçal da corte imperial da galáxia até que ... até que algum Jedi que fale a língua nativa se sensibilize e reverta o processo. Aí pode ser que ainda tenha algo para o gigante fazer além de choro e ranger de dentes.

É isto aí!

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Senhor Doutor (Patativa do Assaré)

Tonico e Tinoco - Rancho de Palha - Música Sertaneja Raiz ...

Poema: SEU DOTÔ ME CONHECE?

Seu dotô, só me parece
Que o sinhô não me conhece
Nunca sôbe quem sou eu
Nunca viu minha paioça,
Minha muié, minha roça,
E os fio que Deus me deu.

Se não sabe, escute agora,
Que eu vô contá minha história,
Tenha a bondade de ouvi:
Eu sou da crasse matuta,
Da crasse que não desfruta
Das riqueza do Brasil.

Sou aquele que conhece
As privação que padece
O mais pobre camponês;
Tenho passado na vida
De quatro mês em seguida
Sem comê carne uma vez.

Sou o que durante a semana,
Cumprindo a sina tirana,
Na grande labutação
Mode sustentá a famia
Só tem direito a dois dia
O resto para o patrão.

Sou o sertanejo que cansa
De votá, com esperança
Do Brasil ficá mió;
Mas o Brasil continua
Na cantiga da perua
Que é: pió, pió, pió…

Sou o que no tempo da guerra
Contra o  gosto se desterra
Para nunca mais vortá
E vai morrê no estrangêro
Como pobre brasilêro
Longe do torrão natá.

Sou o mendigo sem sossego
Que por não achá emprego
Se vê forçado a seguí
Sem direção e sem norte,
Envergonhado da sorte,
De porta em porta a pedí.

Sou aquele desgraçado,
Que nos ano atravessado
Vai batê no Maranhão,
Sujeito a todo o matrato,
Bicho de pé, carrapato,
E os ataques de sezão.

Senhô dotô , não se enfade
Vá guardando essa verdade
Na memória e pode crê
Que sou aquele operário
Que ganha um pobre salário
Que não dá não para comê

Sou ele todo, em carne e osso,
Muitas vez, não tem armoço
Nem também o que jantá;
Eu sou aquele rocêro,
Sem camisa e sem dinhêro,
Cantado por Juvená.

Sim, por Juvená Galeno,
O poeta, aquele genio,
O maió dos trovadô,
Aquele coração nobre
Que a minha vida de pobre
Muito sentido cantou.

 Há mais de cem ano eu vivo
Nesta vida de cativo
E a potreção não chegou;
Sofro muito  e corro estreito,
Inda tou do mermo jeito
Que Juvená me deixou.

Sofrendo a mesma sentença
Eu já tô perdendo a crença,
E pra ninguém se enganá
Vou deixá o meu nome aqui:
Eu sou fio do Brasil,
O meu nome é  Ceará."



Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.

Análise do poema: Armazém do Texto


A mulata é nossa


Jota Smith III Souza era um destes djênios apaches natos. Loiro, ( ... este trecho foi censurado etc e tal, mas vamos recorrer ao supremo tribunal da consciência ...), alto, olhos azuis, domínio completo do idioma nativo das treze colônias do norte, com língua guarani de relativa compreensão.

Considerava-se e assim se apresentava como um legítimo descendente direto dos grandes momentos da nossa história, desde o sequestro de Europa, filha do rei da Fenícia - Agenor - que foi raptada por Zeus disfarçado de touro - em terras tabajaras disfarçou-se de golpista; até recebermos Cabral e o elegermos governador, não, este foi outro, mas também o é, mas neste caso estamos falando do das caravelas.

Na boca miúda, nos guetos e calabouços sussurram que Jota Smith III, como gosta de ser chamado entre seus pares, havia aprendido o idioma tupi-guarani com a ama de leite, uma mulata alforriada, de alcunha Maria Souza, de quem adaptou o sobrenome para soar melhor aos ouvidos da choldra. Assim, entre caboclos, morenos e mulatas era conhecido como Jota Souza.

Jota Souza sempre queria mais. Era insaciável. Já era dono de quase tudo na Grande e retardada Terra Tabajara, mas nunca conseguiu a simpatia de Miss Massa, uma mulata inzoneira,  neta e herdeira do corpo e da alma de famosa e estonteante rainha de bateria do primeiro grupo desde os imemoriais tempos de desfile na Getúlio Vargas.

Jota Souza deu de levar o problema para Mister K.Penga IV, um homem típico da nação gloriosa. Mister K.Penga apresentou-lhe a solução - vai dando golpes baixos aqui e ali, e se não resolver, manda bater nela até amolecer o corpo e apareça como seu salvador e dirá - Miss Massa, eu te salvarei e não pagarei o pato, mas tu serás minha para uso e desuso até que a sua morte nos separe! 

Faça tudo dentro dos parâmetros que lhe apresentei, orientou Mister K.Penga IV. Dedique a sua, a nossa, a minha mídia fulana de tal ( ... censurado ...) em todo seu tempo à Miss Massa, pois ela agora é seu foco e sobretudo missão.

Primeiro dá porrada, prende, solta a cachorrada, prende, arrebenta na cacetada, prende, invade a porra das comunidades, destrói, atropela, derruba, deturpa, prende e acaricia nas animadas tardes de domingo com o incrível fulano de tal - vocêsabedequemestoufalando.

Depois crie e dê uma lei que sugira proteção, segurança, e ela ficará ali, com aqueles olhos compridos, te tocaiando de longe, mas evite levá-la a Wonderful Land, onde jorra leite e mel e outras coisas esquisitas, pois os homens de bem não gostam muito, sabe? Nem as histéricas blonder deixam isto passar desapercebido, pois nem de longe têm a silhueta moral da Massa Tabajara.

Jota Souza ouviu lá no fundo uma voz interior dizendo que ao conquistar Miss Massa, ganharia o Nobel da Paz, o troféu Faz a Diferença, a medalhinha da mídia que faz a diferença ( ... censurado ...), etc. Voltou repleto de confiança, afinal esta voz interior o alimentou de confiança, esperança, dólar e coragem para enfrentar o que seria meu maior desafio. Fez tudo, mas só esqueceu de combinar com Miss Massa.

É isto aí!