domingo, 24 de junho de 2018

Foi apenas um sonho?



Revolutionary Road é um destes filmes que você tem que assistir quando parte para dar uma guinada em sua vida. No Brasil recebeu o título de "Foi apenas um sonho".

Este filme declara a importância de algumas atitudes quando você constrói o seu Mural dos Sonhos. Vou relatar por que as coisas não deram certo, mas assista ao filme para registrar isto de uma forma definitiva:

1 - Frank e April não encontram um sentido para a vida. Até aí, tudo normal.

2 - April tem um desejo pessoal e faz seu Mural do Sonho para realizar seu desejo. 

3 - A partir deste momento April comete erros que farão tudo dar errado

4 - O primeiro erro é colocar a foto do marido no sonho dela. Sim, você vai falar - mas é o marido. Sim, mas lembra que eu falei que dá merda quando você coloca uma linha direta de dependência entre o seu sonho e o sujeito específico? Gente, dá merda. Simples assim.

5 - April erra de novo ao falar com Frank sobre o seu sonho. Gente, não faça isto. Dá merda. Por maior que seja a intimidade entre o sonhador e a pessoa que a escuta, seu sonho é seu sonho. As frequências espirituais são diferentes. Daí para frente é uma sequência de consequências do erro primário.

6 - O Mural do Sonho faz com que seu desejo tenha sentido (negativo, onde será excluído naturalmente ou positivo, onde as forças da natureza o conduzirão até ele)

Assista o filme. Confira a gravidade de você envolver as pessoas diretamente nos seus sonhos.  este assunto não se encerra aqui.


Abaixo a crítica (boa crítica) do site Adoro Cinema

"Revolutionary Road" foi o primeiro livro escrito por Richard Yates e fez enorme sucesso quando lançado em 1962, nos Estados Unidos. Para se ter uma idéia, em 2005, foi incluído na lista dos "100 Melhores" de todos os tempos da revista Time. Foi Apenas Um Sonho é uma adaptação para o cinema dirigida por Sam Mendes (Soldado Anônimo) e traz no elenco nomes conhecidos como Kate Winslet (O Amor Não Tira Férias), Leonardo DiCaprio (Rede de Mentiras) e Kathy Bates (O Dia em que a Terra Parou). 

April e Frank (Winslet e DiCaprio) se conhecem numa festa. A trama avança rapidamente no tempo e com eles já casados, o diretor dá o tom da história com uma emblemática cena dos dois andando - afastados - por um longo corredor. Na sequência seguinte, o roteiro reitera a questão com uma verborrágica discussão no caminho para casa. O título original (Revolutionary Road) é o nome da rua para onde eles se mudam em busca de uma nova vida. Um novo lar. Mas também é uma alusão a verdadeira revolução que farão em suas respectivas mentes. Eles são os Wheeler, uma típica família americana, com dois filhos e muitos sonhos. April é uma atriz frustrada transformada numa infeliz dona de casa e Frank, embora novo, representa o patriarca provedor. Nem que para isso tenha que se violentar, repetindo a odiada história de seu próprio pai. Algo que Freud explorou bem em seus estudos psicanalíticos.

Contudo, para seus vizinhos, eles são pessoas contagiantes e representam os pilares de tudo que há de bom e deveriam ser copiados por todos. Essa dicotomia reinante entre a realidade (para os Wheeler) e a ficção (para os vizinhos) faz com que o filme seja um inquietante retrato da busca desesperada por uma única chance na vida de se "fazer o que se quer" para "valer a pena". E é justamente a insanidade do personagem John (Michael Shannon, indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante), que alerta Frank: "para bancar o adulto, precisa ter um trabalho". E a quebra de paradigmas imaginada por eles pode não ser o melhor caminho para encontrar a verdadeira vocação e preencher o vazio sem esperança. A trilha incidental e as inquietações lembram muito o excelente Beleza Americana, também de Mendes. E se ele não o tivesse apresentado ao mundo antes, sem sombra de dúvida, Foi Apenas Um Sonho seria muito mais impactante porque trata de um assunto denso, a depressão, dando cores distintas para cada maneira que ela atinge os protagonistas. Mas chegar depois não é demérito. O filme merece ser visto e conta com ótimas atuações que fazem você sentir a angústia dos personagens.

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