quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O Analista da Pitangueira e as sessões oníricas



Olá! Boa tarde! Como estão as coisas e os acontecimentos que a trouxeram a este encontro?

Bem, tirando aquele coisado que não vou falar sobre ele, aconteceu outro negócio que fui muito esquisito, sabe? Esquisitérrimo prá mais de metro.

Negócio esquisito? Conseguiria ser mais específica?

Como vou te explicar isto? Hummm, vou tentar narrar a história cronologicamente, pode ser?

Sim, claro! Prossiga.

Era uma tarde chuvosa de teça-feira, destes tempos de tempestades e tormentas. Mas aí ele chamou no interfone e convidou para sairmos. Educadamente agradeci o convite, mas ficou insistindo, insistindo, e disse que queria sair comigo de qualquer jeito, mas fui determinada e recusei com veemência, e, claro, chorei por umas duas horas.

Chorou? Mas não foi esta a sua decisão?

Sim, mas eu me vi tão feia, tão horrorosa, que não consegui ir ao encontro dele.

Consegue definir "feia"?

Estava com uma sandália rasteirinha ridícula, verde limão fluorescente, com desgaste nos calcanhares, que estavam rachados e imundos, unhas postiças de gel com esmalte laranja neon, velho, descascando e borda azul turquesa.

Mais alguma coisa?

E o vestido? Nem te conto! Um vestido pavoroso, feito de pano de saca de açúcar cristal, cheio de mancha de café, manga, leite, chocolate, manteiga e outras coisas indefinidas. Fui ao espelho e voltei em pânico pelo menos umas cinco vezes enquanto ele falava ao interfone.

E quando você o dispensou e chorou, como se sentiu?

Então, aquilo era tão real, tão tangível, tão logico, que custei a me dar conta que era um sonho, veja só, tudo não passou de um sonho.

Olha só, que processo rico este. Quer falar sobre este sonho?

Bem, aquilo foi estranho mesmo, mas acabei rindo da situação. Liguei para ele na manhã seguinte e marcamos um jantar naquela quarta-feira mesmo. Cheguei em casa toda empolgada, fui direto para um banho completo, relaxante, pensando num vinho e coisas profundas sendo ele o sommelier e eu seu vinho raro.

Uau ... perdão, quer dizer, sim, prossiga ...

Bem, enquanto estava no banho, com os olhos fechados e espuma na face, ele entrou como um felino, e ao cruzar suas mãos na minha cintura, dei uma volta de 180° na velocidade da luz e no impulso ao me jogar nos seus braços fui parar no chão do quarto, só então percebi que era outro estranho e real sonho. 

Um sonho estranho e real... quer falar mais sobre isto?

Sim e não. Quer dizer, quero falar mais sobre isto, mas não agora, pois ontem à noite conversei muito com ele sobre estas coisas e o convenci a vir comigo hoje, e ele está lá fora caso o senhor queira falar com ele.

Onde é lá fora?

Como assim? Lá fora é lá fora, uai! É tudo onde não é aqui dentro.

Excelente observação. 

Como assim, excelente, doutor?

Se ele está lá fora neste momento, ele está verdadeiramente aqui dentro, por que não há o lá fora neste ambiente.

Nossa, fiquei confusa.

Esta é uma sessão onírica, reconhecida pela Escola Oficial Normal dos Analistas da Pitangueira, a ESCONAP.

Sessão onírica? 

Você, numa sincronicidade exorbitante, dentro do seu sonho, se permitiu entrar no meu sonho para fazermos esta sessão, onde ele que está lá fora, está dentro de você, e isto é uma coisa que ainda não fora revelada no mundo tangível.

Isto é um sonho? Seu consultório é ... é ... meu deus das coisas malucas, estou nua! Então é assim que o Universo conspira pelos meus objetivos secretos? Estou aqui nua e ... pela santa das causas paranóicas ... ele é você, meu analista é ele ... estou nua diante de você dentro de mim, que loucura é esta?

Calma. Há de convir que a ética impera aqui, a ponto desta sessão já estar debitada no seu cartão, em débito automático.

Mas é um crime, não pode fazer isto comigo!

Em verdade, em verdade, te digo que se não está escrito em lugar algum que é proibida uma sessão de análise onírica super locum in mentis et corporis , com a devida ciência e permissão entre as partes, logo ela não é ilegal, e de madrugada, na fase REM, custa quatro sessões.

Mas é imoral!!!!

Ora, ora, ora, você entra nua no meu consultório onírico, às três horas da manhã, falando que se encontra comigo há vários dias, eu a atendo, ouço cada palavra e percepção do seu mundo interior resguardado por uma conduta ética de moral ilibada, apesar de, e quer fazer o reclame de que não estamos fazendo uma análise real?

Mas é um absurdo. Um sonho é só um sonho. Você não tem o direito de me analisar dentro de mim.

Olha aqui, Sonhos Conectados é a última moda em Paris, Milão e Caratinga.

Bem, neste caso ...

Neste caso esta sessão terminou, até a próxima fase REM e ao sair cuidado com o degraaaaaaaau ... merda! Merdas acontecem.

É isto aí!









segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Carminha e Armandinho e a ressaca das urnas

Discutindo a relação

E agora, Armandinho? E agora?

Calma, Carminha, calma!!!

Calma assusta que partiu, calma o carvalho, calma morra nenhuma.

Carminha, por que você está trocando letras e mantendo rimas?

Está sabendo não, Armandinho? Jura? Sabe de nada mesmo?

Carminha, para com o suspense e conta logo.

É praga do Pai Babalaê Balacobaco, quando nos alertou dos bourgeois-bohème. Sofri muito quando armaram o trampo na encruzilhada e eu, Armandinho, euzinha, sabe como é, na encruzilhada passei pela direita para não pisar na lama. Isto é neuro-ciência-aplicada e burra que fui, fiquei pagando promessa achando que era macumba.

Borjô o que? De onde você tira estas coisas, Carminha? Que palavra doida é esta?

Armandinho, deixa eu te falar um negócio. O Pai Babalaê Balacobaco não só nos alertou sobre os bourgeois-bohème como falou um tanto de coisas que acabaram acantecendo, e ninguém acreditou nele, e agora, Armandinho? E agora? As coisas acanteceram ...

Acanteceram? Como assim, Carminha?

Foi um processo onde o bem foi estrategicamente colocado no canto, bem no cantinho, quase imperceptível, então acanteceu o que acanteceu.

Carminha, você fumou daquela erva mofada outra vez? Não entendi nada. Vamos fazer sexo?

Vai fazer com suas negas, vagabundo, e por que aqui só depois de garantir meu 13%, meu retorno de férias, minhas 40 horas, aposentadoria integral, fim de semana remunerada, feriado emendado, verba de gabinete, salon de beauté toda sexta-feira, e cartão corporativo para les vêtements... etc etc etc ...

Mas que mulherzinha neofiadaputalogista e multiglota exigente esta, hem!!! Olha aqui, Carminha, você não é isto tudo não, hem!!!!

Então arruma uma que faz a Borboleta Paraguaia melhor que eu, arruma ... ou uma que se encaixa como se fosse uma Pretzel Apaixonada, hem, Armandinho ... arruma ...

É isto aí!

domingo, 28 de outubro de 2018

Barcelona 5 X 1 Real Madrid

Neste dia histórico onde o Barcelona faz 5X1 no Real Madrid, não tem como esquecer do quanto sofreu a Catalunha durante o regime fascista de Franco, o benfeitor do Real Madrid. 


Alto lá : 
O texto abaixo não é meu. Copiei e Colei:
Fonte :
Acervo Vavel (A ditadura franquista e o futebol em Madri)

Ao se deparar com o majestoso escudo do Real Madrid, é comum pensarmos, automaticamente, no atual melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, nos craques antigos que já passaram pelo clube, como Zidane – atual técnico da equipe -, Fenômeno, o grandioso estádio Santiago Bernabéu e a bela jornada do clube espanhol, detentor de 12 Champions League.

Entretanto, há parte da história do gigante Real Madrid que os madridistas preferem não revelar. Os rivais, por sua vez, insistem em voltar ao tal fato, irritando os torcedores do Madrid. Fato é que a história existe e não deve ser apagada. Por isso, falaremos da relação do Real Madrid com a Ditadura Franquista.

O Real Madrid durante o Franquismo

Durante a década de 1930, a Espanha foi dividida pela crise política que culminou na Guerra Civil. O conflito fez mais de 500 mil vítimas na Espanha e abriu caminho para a ascensão do Franquismo (1939-1975), regime totalitário e de extrema direita. Francisco Franco Bahamonde se tornou o general mais jovem da Europa e ditou as regras na Espanha por quase 40 anos durante a Ditadura Franquista. Supostamente um torcedor do Real Madrid, Franco teria facilitado as contratações de Di Stéfano e Gento ao clube da cidade.

Tal fato se tornou justificável ao observarmos do ponto de vista da concorrência do Barcelona, representação da resistência catalã ao regime. Ora, beneficiar os merengues seria uma forma de se sobressair em relação ao Barcelona, que à época já tinha grande destaque no esporte. Durante a ditadura, grandes títulos na Espanha e em torneios internacionais. Presenças em Copas do Mundo e título da Eurocopa de 1964 também podem ser colocadas na conta do automarketing ditatorial.

Com um time dominante e o esporte movendo a população, a pobreza espanhola e o atraso diante dos demais países europeus puderam ser varridos para ‘debaixo do tapete’. Esses fatos, trouxeram, para muitos, uma ligação entre a terrível Ditadura Franquista e o Real Madrid.

Todavia, nascido em Ferrol, na província de La Coruña, região da Galícia, a alguns quilômetros de Madrid, costuma-se questionar a ligação de Francisco Franco com o Real Madrid. Ademais, muitos – madridistas, ou não – garantem até que o ex-ditador não tenha tido tal laço afetivo. Alguns, inclusive, declaram que o Caudillo odiava futebol e tudo que fez no meio esportivo tinha, única e exclusivamente, interesses políticos.

Uma das afirmativas dos defensores dessa tese, diz que Franco, durante os jogos do Madrid – nos quais ele frequentava de maneira assídua – não expressava nenhuma reação. Relatos dizem, outrossim, que o ditador apenas tria sorrido em apenas duas ocasiões: quando se encontrou com Hitler em Hendaya, fronteira entre Espanha e França, 1940, e com Eisenhower em Madrid, 1959, além de uma visita de Eva Perón, quando a recebeu o título de chefe de estado espanhol, em 1947. Franco tinha como característica ser um homem “sonso e sem qualquer senso de humor”, até nas horas de comemorar os gols de seu suposto time do coração. Por isso, muitos madridistas duvidam da ligação do ditador com o clube.

Entretanto, o fato é que, na época, o Real Madrid conquistou, por duas vezes, a Copa da Espanha e quebrou o jejum de mais de vinte anos ganhando novamente o Campeonato Espanhol, deixando o grande rival, Barcelona, em segundo lugar com impressionantes 29 gols em 30 jogos do recém-contratado Di Stéfano.

Di Stéfano, craque do Real Madrid na década, em atividade (Foto: Acervo/Real Madrid) Di Stéfano, craque do Real Madrid na década, em atividade (Foto: Acervo/Real Madrid) Em tempos de desilusões sociais, o esporte se torna um mundo paralelo, alheio ao cotidiano, servindo de alento à população, que pôde encontrar um motivo para sorrir. Na Copa do Mundo de 1950, no Brasil, a Espanha esteve no Grupo B, ao lado de Inglaterra, Chile e EUA. Com três vitórias na primeira fase, o time se classificou ao quadrangular final. Além disso, poucos anos depois, no embalo da quebra do jejum de mais de duas décadas em La Liga, o Real Madrid protagonizou uma série de triunfos internacionais que ajudaram a generalizar a marca do clube.

A primeira conquista fora do território madrilenho que ajudou a atiçar os ânimos merengues foi o Troféu Marcos Pérez Jiménez, na Venezuela, popularmente conhecido como Mundialito de Clubes. Em 1956, o Real Madrid disputou com Roma (ITA), Porto (POR) e Vasco o título, vencendo os cariocas na final para ficar com a taça. Em seguida, o Real ainda conquistou uma Copa Intercontinental, além de duas Copas Latinas, que aliás, foi a primeira tentativa de organizar clubes da Europa em um torneio continental de prestígio.

Clássico de Madrid durante o Franquismo

Durante a Guerra Civil, aqui já mencionada, a Espanha foi dividida. Com isso, a partir de 1936, a La Liga foi suspensa. No entanto, isso não impediu que o derby de Madrid entre Real e Atlético ocorressem de forma amistosa. Um deles, entretanto, que seria disputado nas primeiras semanas da Guerra, foi suspenso. Era assim que começava a Ditadura Franquista no clássico de Madrid.

Os dois clubes foram afetados na Ditadura. Os merengues, tiveram que tirar ‘Real’ do nome, em desvinculação à monarquia. Além disso, seu presidente à época, Rafael Sánchez Guerra, de ideologias contrárias ao franquismo, precisou se exilar na França. O Atlético de Madrid, por sua vez, perdeu membros, mortos no conflito. A crise política assolou as finanças do clube, sem jogadores e com grande dívida. Acabou sendo fundido com o Aviación Nacional, time criado pelo exército durante a Guerra Civil. Assim, o Aviación se tornou um instrumento importante para o franquismo e a ditadura, enfim, conseguiu um time popular, ligados à massa, com o objetivo de se legitimar.

No mesmo período, o Real passava por reconstrução. Santiago Bernabéu, ex-jogador que dá nome ao estádio do clube assumiu a presidência - estádio esse inaugurado e renomeado durante o Franquismo -. Com tendências conservadoras, havia militado com as forças pró-franquismo durante a Guerra Civil.

Tempos depois, com o fim do Aviación, o futebol passou a ser usado pela ditadura para manobrar os descontentamentos e manter o controle sobre a população. O Atlético voltou a ser bicampeão espanhol. O Real, por sua vez, sob o comando de Di Stefáno, tinha um grande time e encerrou com jejum de títulos da La Liga, como já fora mencionado. Com o regime de Franco, o Real Madrid tornou-se a grande potência nacional a na década. Todavia, os blancos foram pentacampeões espanhóis entre 1961 e 1965 e seguiam como uma das maiores forças do país, mas teve sequência positiva quebrada.

Com a queda da Ditadura Franquista, o abismo entre os rivais se tornou nítido. O Real se mantinha como poderoso time espanhol, tendo amplo domínio nos campeonatos nacionais e continentais. Paradoxalmente, o Atlético se limitava a conquistas esporádicas.

Assim, o Barcelona assumiu a posição de grande rival dos madridistas e, atualmente, protagonizam o famoso ‘El Clássico’ marcado pela disputa pessoal de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.                                     
Entretanto, apesar da história aqui contada, cabe ressaltar que, mesmo tendo parte de sua história traçada com um regime totalitarista, que fez milhares de vítimas na Espanha, a grandiosa jornada do Real Madrid no futebol nacional e internacional prevalece. Detentor de 12 Champions League e 33 vezes campeão espanhol – dentre outros grandes títulos -, os madridistas têm muito do que se orgulhar de seu clube, sem se esquecer de parte da história que não pode ser apagada.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

BB King The Thrill Is Gone

Fonte: Alan Light

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, (Itta Bena, 16 de setembro de 1925 – Las Vegas, 14 de maio de 2015) foi um guitarrista de blues, compositor e cantor estadunidense. O "B. B." em seu nome significa Blues Boy, seu pseudônimo como moderador na rádio W. Foi considerado, ao lado de Eric Clapton e Jimi Hendrix, um dos melhores guitarristas do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone. Ao longo da sua carreira, B.B. King foi distinguido com 15 prémios Grammy, tendo sido o criador de um estilo musical único e que faria dele um dos músicos mais respeitados e influentes de blues, tendo ganho o epíteto de Rei dos Blues. (Fonte Wikipédia)

Era apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, preferia usar poucas notas. Certa vez, B.B. King teria dito: "posso fazer uma nota valer por mil".


The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away
You done me wrong, baby
You'll be sorry someday

The thrill is gone
The thrill is gone away from me
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away from me
Although I'll still live on
But so lonely I'll be

I'm free, free now, baby
I'm free from your spell
I'm free, free, free now
I'm free from your spell
And now that it's all over
All I can do is wish you well


B.B. King is the greatest living exponent of the blues and considered by many to be the most influential guitarist of the latter part of the 20th century. His career dates back to the late forties and despite now being in his eighties he remains a vibrant and charismatic live performer. B.B. King has been a frequent visitor to the Montreux festival, appearing nearly 20 times, so choosing one performance was no easy task. This 1993 concert will surely rank as one of his finest at any venue. With a superb backing band and a great set list its a must for any blues fan.

MÚSICA        The Thrill is Gone
ARTISTA       B.B. King
ÁLBUM         B.B. King & The Kings Of Blues - CD 2
LICENÇAS  KM Records (em nome de Memo Media Ltd.); LatinAutor - SonyATV, BMG Rights Management (US), LLC, ARESA, LatinAutor - UMPG, UNIAO BRASILEIRA DE EDITORAS DE MUSICA - UBEM, Warner Chappell, CMRRA, Sony Music Publishing, LatinAutorPerf, UMPG Publishing, UMPI, LatinAutor - Warner Chappell, BMI - Broadcast Music Inc. e 14 associações de direitos musicais



A Canção do Idiota (Rainer Maria Rilke)

Auguste Rodin

Não me incomodam. Deixam-me ir.
Dizem que não pode acontecer nada.
Ainda bem.
Não pode acontecer nada. Tudo chega e gira
sempre em torno do Espírito Santo,
em torno de determinado espírito (tu sabes) —
que bem.

Não, realmente não deve pensar-se que haja
qualquer perigo nisso.
Sim, há o sangue.
O sangue é o mais pesado. O sangue é pesado.
Por vezes penso que não posso mais —
(Ainda bem.)

Ah, que linda bola;
vermelha e redonda como um Em-toda-a-parte.
Ainda bem que a criastes.
Ela vem quando se chama?

De que estranha maneira tudo se comporta,
apressa-se a juntar-se, separa-se nadando:
amigável, um pouco vago.
Ainda bem.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
Tradução de Maria João Costa Pereira

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Pauli, Jung e a Sincronicidade


AUTOR - Professor Doutor Osvaldo Pessoa Jr.
Filósofo da Ciência, professor no Depto. de Filosofia da USP, fez doutorado na Indiana University (1990) sobre filosofia da física quântica. É autor do livro "Conceitos de Física Quântica" (Livraria da Física, 2003).


Pauli, Jung e a Sincronicidade 

Wolfgang Pauli (1900-58) foi um dos físicos que participaram ativamente da formulação da mecânica quântica, em 1926. Nascido em Viena, trabalhava como professor em Hamburgo quando descobriu em 1924 o princípio de exclusão dos elétrons (dois elétrons nunca ocupam o mesmo estado no átomo), o que lhe renderia o Prêmio Nobel de 1945. Foi Pauli quem propôs em 1930 a existência de uma nova partícula, o neutrino (detectada em 1956). Dois outros resultados teóricos importantes foram a conexão entre spin e estatística (1940) e a simetria CPT envolvendo carga, paridade e tempo (1954). 

Pauli era um físico matemático muito rigoroso, e um severo crítico do trabalho de seus colegas. Ele tinha uma personalidade complicada, misturando inteligência, agressividade e humor, recebendo por isso apelidos como “Mefistófeles”, “o chicote de Deus” e “a consciência da física”. 

Desde jovem era colega de Werner Heisenberg, mas enquanto este gostava de fazer caminhadas nas montanhas com seus amigos do Movimento da Juventude, Pauli gostava da vida noturna, em companhia da bebida e de mulheres, e frequentemente se metia em brigas. 

Seu pai abandonou sua mãe e esta suicidou, o que o deixou mais perturbado, com ódio do pai, sem no entanto afetar sua produção científica. 

Em 1928, foi contratado na Politécnica de Zurique (ETH), na Suiça, e acabou se casando com uma bonita dançarina de cabaré. Em menos de um ano o casamento afundou e ela o trocou por um professor de química. 

Em 1932, deprimido, Pauli resolveu se submeter à psicanálise, e procurou um renomado discípulo de Freud que residia em Zurique: Carl Jung. De início, Jung o encaminhou para uma psicanalista mulher, Erna Rosenbaum, que ajudou Pauli por cinco meses, mas depois ela foi embora da cidade, e Pauli começou a se encontrar com Jung. 

Iniciou-se um diálogo que perduraria por um quarto de século. Nesse meio tempo, casou-se novamente, com Franca Bertram, e manteve um relacionamento estável até o fim da vida, encontrando enfim o equilíbrio desejado. 

Um dos livros que trata do diálogo entre Pauli e Jung, e que usei como base para o presente texto, foi escrito pelo historiador e filósofo da ciência Arthur I. Miller, e se chama Deciphering the cosmic number: The strange friendship of Wolfgang Pauli and Carl Jung (W.W. Norton, Nova Iorque, 2009). 
A base do método psicanalítico de Jung era a análise de sonhos, e Pauli anotou centenas de sonhos, que eram analisados a partir da concepção junguiana de que o tratamento envolve um processo de “individuação” em que as quatro funções da consciência – pensamento, sentimento, sensação e intuição – devem ser equilibradas e integradas. 

Um aspecto do método de Jung é relacionar os conteúdos dos sonhos com símbolos que apareceram na história cultural da humanidade, e que estariam incorporados em um “inconsciente coletivo”, ao qual todos nós teríamos acesso, e que estaria por trás dos fenômenos de “sincronicidade”. 

A “sincronicidade”, para Jung, seriam coincidências que aconteceriam não por acaso (como diria um materialista), mas de maneira significativa, com um propósito. Um célebre exemplo é o de uma paciente de Jung que sonhara com um escaravelho. Enquanto ela relatava o sonho, Jung ouviu um barulho na janela: ao abrir, entrou um escaravelho na sala. Para Jung, isso não foi mero acaso. A coincidência deixou a paciente perplexa, e seu lado excessivamente racional cedeu, permitindo que ela encontrasse o caminho para a renovação psíquica. 

Na antiga mitologia egípcia, o escaravelho era símbolo de renascimento. Este então seria um exemplo de sincronicidade, uma coincidência significativa. Essa concepção mística não é aceita entre os cientistas de mentalidade mais materialista, incluindo Freud. Mas, para Pauli, a concepção de Jung fazia sentido, e ele a esposou, apesar de esconder esse seu interesse de seus colegas universitários. 
Pauli via a verdade como um caminho estreito entre os dois perigos do “nevoeiro do misticismo” e do “racionalismo estéril”. E a chave para este caminho estaria relacionada com o princípio de complementaridade, proposto por Niels Bohr, que equilibraria duas tendências da humanidade, o racionalismo ocidental e o misticismo oriental. 

Segundo Pauli, a irracionalidade (manifesta nos sonhos e no inconsciente coletivo) e a racionalidade seriam aspectos complementares da unidade do pensamento. Para ele, a ciência materialista representada pela física quântica não poderia ser uma descrição completa da realidade, pois ela deixa de fora todo o fenômeno da consciência humana. 

A realidade teria dois lados: o físico e o psíquico, o quantitativo e o qualitativo. Em 1957, escreveu que, em sua opinião, “a realidade última não é pessoal”, ao contrário da crença das religiões monoteístas, compartilhando assim do “misticismo” que encontrou no vedanta, no taoísmo, no budismo e no Ain Soph da cabala. 

É curioso que a noção de sincronicidade dava um certo sentido ao mito conhecido como “efeito Pauli”. Esse mito surgiu quando Pauli era um jovem professor, e dizia que toda vez que ele passava perto de um laboratório, algum equipamento quebrava. Em seu livro, Miller reúne várias histórias dessas coincidências desastrosas para seus colegas, mas que sempre deixariam Pauli ileso. Para um místico, não seria mero acaso, mas fruto da sincronicidade. 

Jung acreditava na realidade de efeitos parapsicológicos, como a telepatia. Pauli era mais cético, mas colocou Jung em contato com outro importante físico quântico, Pascual Jordan, que publicou artigos buscando uma base física para a telepatia. Jung estava impressionado com os experimentos do psicólogo norte-americano Joseph Rhine, que publicou suas pesquisas no livro Percepção Extra-Sensorial (1935). 

Pauli desde cedo havia se interessado pelo trabalho de dois cientistas renascentistas, o famoso astrônomo Johannes Kepler e o menos conhecido Robert Fludd. Boa parte do livro de Kepler, A Harmonia do Mundo, era um exercício de numerologia, dentre os quais estava a sua famosa “terceira lei” do movimento planetário. Kepler defendia que o número 3 era a chave para o funcionamento do universo, ao passo que Fludd defendia que seria o número 4. Isso era significativo para Pauli justamente porque o seu princípio de exclusão introduzia um quarto número quântico na descrição do átomo. 

Seu interesse nesses dois autores culminou em um artigo que publicou em 1952, intitulado “A influência das ideias arquetípicas nas teorias científicas de Kepler”, em um livro cujo outro autor era Jung, que escreveu o artigo “Sincronicidade: um princípio de conexão acausal”. O livro foi traduzido para o inglês com o título The interpretation of nature and the psyche (Pantheron, Nova Iorque, 1955). 
Outro interesse numerológico de Pauli, que dá o título ao livro de Miller, é o número 1/137 que aparece na teoria atômica, e é conhecida como “constante de estrutura fina”. O número foi encontrado em 1916 pelo orientador de Pauli, Arnold Sommerfeld, e seu inverso é muito próximo do número 137; para ser mais exato, é 137,036... O interesse neste número surge do fato de que ele não depende das unidades adotadas (por exemplo, metros ou centímetros). 

Um povo na galáxia de Andrômeda encontraria o mesmo valor 1/137 para esta constante, cujo valor é calculado a partir da expressão (2 pi) e² / (h c), onde “e” é a carga do elétron, “h” a constante de Planck e “c” a velocidade da luz no vácuo. 

O primeiro a perceber que a constante de estrutura fina é o inverso de 137 foi o astrônomo Arthur Eddington, em 1929, que buscou uma explicação numerológica para este fato, o que foi recebido com risos pela comunidade científica. Porém, o próprio Pauli se voltou para esta questão, em 1934, buscando derivar o valor desta constante a partir da teoria quântica de campos que ele e Heisenberg estavam tentando desenvolver (e que acabou não vingando).

Voltaram ao assunto em 1957, novamente fracassando. Vários físicos refletiram sobre este número e sua importância, como Max Born e Richard Feynman. Um amigo de Pauli observou que o número 137 tem significado especial na cabala judaica, e o número apareceu em sonhos de Pauli e fez parte de suas discussões com Jung. 

Quando Pauli morreu, ele estava internado no quarto 137 do Hospital da Cruz Vermelha de Zurique! Ao contrário de Jung, Pauli não considerava que a noção de sincronicidade se aplicasse ao contexto da física, mas apenas ao domínio da consciência, regida pelo inconsciente coletivo. 

Questionado por Jung, Pauli examinou o fenômeno do decaimento radioativo como possível manifestação da sincronicidade. Neste fenômeno, os decaimentos medidos surgem de maneira completamente aleatória. 

Pauli sugeriu que o estado de um núcleo radioativo antes da medição seria análogo à relação de um ser humano com seu inconsciente coletivo. E em analogia à redução de estado (colapso quântico), no instante que uma consciência individual fosse analisada, a sincronicidade (dada pela conexão com o inconsciente coletivo) desapareceria. 

O mais irônico na busca de Pauli e Jung pela sincronicidade na física quântica é que Pauli desprezou completamente o fenômeno em que este conceito se manifesta de maneira mais clara: o emaranhamento de duas partículas, exposto no artigo de Einstein, Podolsky & Rosen (EPR, 1935), e explorado por Schrödinger e Furry. 

Hoje em dia, o conceito de sincronicidade, definido como uma correlação acausal, se aplica muito bem para o que geralmente é chamado “não-localidade quântica”, envolvendo partículas que interagem e depois se separam espacialmente, sem sofrer muita perturbação do ambiente externo. 

Está claro que, no contexto da física, o termo “sincronicidade” não deve ser usado com a conotação de uma coincidência “significativa” (como fazia Jung), a não ser por físicos místicos. Pauli chegou a estudar o artigo de EPR, mas ele descartou sua importância ao comentar (em 1948) que o estado quântico, que sofre alterações instantâneas ao ser medido, não representa uma entidade real, mas apenas o nosso conhecimento ou informação a respeito do sistema emaranhado.

Comício (Pier Paolo Pasolini)


Comício **

Aqui é mais puro, em seu quieto
terror – se as noites já difusas
tremem aos últimos poéticos rumores
de mera vida –, o encontro dos beirais
urbanos com o breu do céu.
E muros empalidecidos, infecundos

canteiros, delgadas cornijas, no mistério
que as embebe de cosmo, familiar
e alegremente, fundam o seu segredo. Mas

esta noite uma imprevista viravolta sobre
as ignaras fantasias do pedestre se desata
e gela o seu arroubo pelas quentes, amadas

paredes mundanas...

Não mais, como num adro de passos sonoros
porque raros, de vozes transparentes
porque quietas, entre esplendores

de pedra humilde, a praça dança
no breu das esquinas: já não rumorejam
solitários os carros dos poderosos,

a tocar de raspão o flanco do jovem pária
que embriaga com seus assobios a cidade...
Uma pálida multidão enche o ar

de irreais rumores. Um palco está
acima dela, coberto de bandeiras,
de cujo branco a luz morena faz

um sudário, o verde cega, enegrece
o vermelho como o sangue seco. Espiga
ou tétrico vegetal, tremula, cérea,

ao centro, a chama fascista.
A dor, inesperada, faz-me
recuar, quase como se não quisesse ver.
E reagindo às lágrimas que apagam

o mundo tão vivo ao meu redor, no entardecer
da praça, lanço-me desesperadamente
em meio a esta feira

de sombras. E observo, escuto. Roma
ao meu redor emudece: a um só tempo
o silêncio é da cidade e do céu. Não retumba

voz alguma sobre estes gritos; o quente grão
que o maio faz germinar até no frescor
noturno, um grave e antigo gelo comprime

sobre os muros robustos, já aflitos,
como os sentidos de um menino
angustiado...E quanto mais crescem

os urros (e no coração o ódio), mais árido
se faz o deserto no entorno
da tarde, onde o trivial e indolente

sussurro está perdido na noite...

Eis quem são os exemplares vivos,
vivos de uma parte de nós que, morta,
nos havia iludido com novidade – privados

para sempre dela. E assim percebida
de repente, nesta delicada praça
oriental, eis a sua falange, espessa,

ululante – com os signos da raça
que no povo é obscura alegria
e nesta outra apenas triste obscuridade –

que delira cantando a sanidade. E esta energia
não é senão fraqueza, insulto sexual,
pois não dispõe de outro caminho

para ser paixão na mente acesa,
a não ser ações demasiado lícitas ou ilícitas:
e aqui urra tão somente a burguesa

impotência a transcender a espécie,
na confusão da fé que
a exalta, e desesperadamente cresce

no homem que não sabe que luz tem dentro de si.

Fico de pé em meio a esta multidão quase
de gelo, e desde Trinitá dei Monti,
desde os duros vegetais do Pincio, arrasados

sob as estrelas e os horizontes cerrados,
a cidade se apaga – se me apaga o peito,
meus mutilados sentimentos tornam-se

puro estupor, piedade, amargura. Lanço
ao meu redor olhares que não parecem meus,
eu que tão diferente sou. Não têm eles o aspecto

de gente viva como eu, nos seus
rostos há um tempo morto que retorna
inesperado, odioso, quase como se os belos

dias da vitória, os amenos dias
do povo, estivessem mortos.
Eis, para quem andou avante,

o passado, os fantasmas, os instintos
renascidos ao redor. Estes rostos juvenis
precocemente velhos, estes turvos

olhares de gente honesta, estas vis
expressões de coragem. Seria
a memória tão amortecida e suave

que não recorda? Entre os clamores,
caminho mudo, ou talvez sejam mudos
tais clamores na tempestade que tenho no peito.

E ao sentir que perco o próprio corpo,
o que me dá uma angústia
imprevista, em silêncio ao meu lado

aparece um companheiro. Como eu,
decidido e indeciso, move-se na massa, junto
comigo olha os rostos desta gente, como eu

o mísero corpo arrasta entre peitos
condecorados de vil orgulho. Depois sobre mim
pousa o olhar. Tristemente ardem-lhe

pudores que bem conheço; e é
muito minha aquela mirada fraterna!
tão profundamente irmão

no seu pesar que dá a estes atos um sentido
eternal! E neste triste olhar acordado,
pela primeira vez, desde o inverno

em que o seu destino foi detido,
e jamais estimado, meu irmão me sorri,
fica perto de mim. Tem dolorosa e viva,

no sorriso, a luz com a qual mirava,
obscuro partigiano, com menos
de vinte anos, o jeito como decidia

com verdadeira dignidade, com fúria
sem ódio, a nossa história nova: e há uma sombra,
humilhante e solene, naqueles pobres olhos...

Ele pede piedade, com aquele seu modesto,
imenso olhar, não para o seu destino,
mas para o nosso...E é ele, honesto demais,

puro demais, quem deve andar cabisbaixo?
Mendigar um pouco de luz para este mundo
renascido nesta obscura manhã?

** Tradução de Alexandre Pilati - professor de literatura brasileira da Universidade de Brasília. É autor de A nação drummondiana (7Letras, 2009) e organizador do volume de ensaios O Brasil ainda se pensa – 50 anos de Formação da Literatura Brasileira (Horizonte, 2012). Acaba de lançar o livro de poemas e outros nem tanto assim (7letras, 2015)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

À flor da Pele (Chico Buarque)


O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Meditação (Tom Jobim)

Meditação - Tom Jobim

Quem acreditou
No amor, no sorriso, na flor
Então sonhou, sonhou...
E perdeu a paz
O amor, o sorriso e a flor
Se transformam depressa demais

Quem, no coração
Abrigou a tristeza de ver tudo isto se perder
E, na solidão
Procurou um caminho e seguiu,
Já descrente de um dia feliz

Quem chorou, chorou
E tanto que seu pranto já secou
Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
E a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a tristeza acabou


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

How to fix a broken heart | Guy Winch

Eu sou App, o deus do Monte Whats

Estava Geraldinho contemplando o imenso vazio existencial da sua vida quando de repente, não mais que de repente, um flash de luz clareou a escuridão na qual estava mergulhado. Sentindo o chamado, subiu no Monte Whats, e eis que surgiu uma energia manifesta.

Geraldinho, retire as havaianas, aqui é um lugar secreto, asséptico e profano, porém limpinho.

Mas ... mas ... quem é você?

Eu sou seu deus OApp.

Caramba, o deus do Monte Whats, OApp? Então você existe mesmo?

Sim, Geraldinho, e vim trazer as leis que passarão a vigorar para todos que me adoram, eu OApp, o Bom.

Diga-me deus do Whats, OApp, que farei tudo que mandar.

Eis que lhe digo e assim deverá divulgar as palavras de OApp, o deus do Whats:

Eu sou OApp, o deus do Whats, agora o teu deus, que te fez sair do emprego, da sua casa, da sua família, dos seus amigos e das suas crendices tolas e vãs.

Não terá nunca mais outros deuses, pois os falsos ídolos como UOrkut, UFassebuk, OInstagrão, etc são falsos deuses, com cultos pagãos.

Farás para ti um movimento que se assemelhe ao que já existe lá.

Perdão, deus OApp do Monte Whats, mas lá onde?

Lá. Não te interessa onde é lá. Apenas faça o movimento. Além disto se prostrarás diante desse movimento e o servirás, e ele será o teu senhor, ciumento, que pune a adversidade até a terceira e quarta geração dos que o odeiam, e que também age com descaso e desprezo até a milésima geração para aqueles que o cercam

Não pronunciarás em vão o meu nome, porque o movimento não deixará impune qualquer pessoa que pronunciar em vão o meu nome.

Lembra-te do dia de sexta-feira. Trabalharás todos os sete dias e neles realizarás todos os teus serviços, para continuar sendo pobre e herdar a minha simpatia.

Contudo, abrirá mão das férias, do décimo terceiro, do retorno de férias, do fundo de garantia, das horas extras, que serão doadas e consagradas ao movimento.

Farás todo dia algum serviço de pelo menos quatro horas em doação a mim, o deus OApp do Monte Whats, tu, tuas amigas, tua esposa, tuas concubinas, teu filho, tua filha, teu escravo, tua escrava, teu animal, e o estrangeiro (cunhado, sogra, genro, etc) que estiverem morando em tua casa.

Porquanto eu, o OApp, abençoo a sexta-feira.

Honra teu pai e tua mãe, desde que eles me honrem, eu sou OApp do Monte Whats.

Não matarás a todos que adoram, honram, rastejam por mim e idolatram o movimento, meu representante. Eu sou OApp, o deus do Monte Whats

Não adulterarás, se não for necessário.

Não furtarás o que for meu.

Darás falso testemunho contra o teu próximo em casos de interesses meus, seu deus OApp do Monte Whats.

Cobiçarás a casa do teu próximo, se ele for um idiota.

Cobiçarás a mulher do teu próximo, seus servos ou servas, seu boi ou jumento, e coisa alguma que lhe pertença sendo ele idólatra de Uorkuts, fassebuks e outros falsos deuses. Eu sou seu deus, OApp do Monte Whats.

deus OApp, posso fazer só uma pergunta?

Fale, servo.

Qual é o significado da sexta-feira?

Não te interessa saber, Geraldinho.

É isto aí!

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Previsão do Senhor Tempo



Comunicamos a todos que teremos para os próximos dias um tempo fechado para portos, aeroportos, rodovias, ciclovias, chegando às vias de fato, com muita instabilidade, nuvens carregadas, alta pressão e fortes tempestades no decorrer do período. Hão de ter muitas pancadas aqui e ali, com possibilidade de rajadas e relâmpagos.

A temperatura permanecerá subindo, subindo, subindo por que a frente de distensão está dispersa em locais de difícil acesso, não determinados pelo GPS.

Segundo fontes que acessaram o satélite meteorológico, um forte maremoto promoverá tsunami em todo litoral, e terremotos de alta intensidade afetarão os grandes centros, com epicentro aqui e ali. 

Infelizmente tem quem goste ...

É isto aí!