quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Brumadinho em mim - Dorme, que a vida é nada! (Fernando Pessoa)


Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.

Não há lugar nem dia
Para quem quer achar,
Nem paz nem alegria
Para quem, por amar,
Em quem ama confia.

Melhor entre onde os ramos
Tecem dosséis sem ser
Ficar como ficamos,
Sem pensar nem querer,
Dando o que nunca damos.


10/10/1933

Fernando Pessoa nasceu a 13 Junho 1888 e morreu em 30 Novembro 1935 em Lisboa- Portugal



Poeta, filósofo e escritor português, Fernando Pessoa é o mais universal poeta português.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Professor Yuval Noah Harari Speaks at Davos 2018


What can we learn from a history of the future? Historian Yuval Harari takes us on a journey through technological development and challenges leaders to develop a substantive vision of what it means for society, politics, religion and ideology.

Introduced by · Gillian R. Tett, Managing Editor, US, Financial Times, USA

With · Yuval Noah Harari, Professor, Department of History, Hebrew University of Jerusalem, Israel



domingo, 13 de janeiro de 2019

Memórias esquisitas do dia que morri

Flanagan's wake

Cheguei atrasado ao meu velório e pelo que ouvi, perdi as cenas imperdíveis de olhares atravessados, fidelidades e infidelidades em disputa de território, B.O. e outras coisas mais. Tentei explicar para a titular do ministério conjugal, mas sua face em estilo britânico de arrogância denunciava que era melhor ficar calado. 

Poucas pessoas, o que de certa forma me confortou, pois sempre odiei tumultos e multidões. Veio a Gelinha, na realidade o nome dela era Jacira, mas parecia um gelo chupado, aí um dia a chamei de Gelinha, ela sorriu e perguntou o porquê daquilo, e eu - ora, ora, ora, Jacira, você é Gelinha só para mim, e para mais ninguém e por isso, por ser só minha Gelinha, não vá sair por aí declarando nosso segredo. Bem, contou o segredo do nome e guardou consigo o segredo do nosso tórrido romance.

Veio o Juca Franco, sinceramente, um chato de galocha. Nunca gostei deste cara, e agora vejo ele e a viúva em entreolhares táticos, e não é que o filho da puta se aproximou e colocou a mão na nuca dela? Eu sabia ... eu sabia.

 Também estavam a Dentinha, a Bolinha e a Feinha, três irmãs do carcamano do italiano da padaria, que foram aos poucos me levando para o depósito de farinha, onde acabei me revelando um grande entendedor de massas e folheados. Italianinhas das mais doidas demais da conta que já conheci.

Agora aquele filho de uma puta do Juca Franco saiu para o quarto de repouso e fez sinal discreto com a cabeça para a vaca da viúva. Mas veja só, nem o velório serve mais como lugar de respeito. Tentei entrar no ambiente e dar logo uma porrada no sujeito, mas um cara enorme, de asas, me barrou, e no que tocou a mão direita no meu ombro esquerdo, voei para uma sala estranha.

Era uma enorme e silenciosa sala. Pensa num silêncio total. Era aquilo. O sujeito de asas ficou encostado num canto, atrás de mim, com os braços cruzados, sem olhar para lugar algum, e eu fiquei ali. A sala era ovalada, sabe? O teto era alto, o piso de pedra, não tinha bancos, não tinha luz, mas era clara, uma claridade meio penumbra, meio luz.

Aí do nada surgiu uma cadeira e uma mesinha, então o alado me puxou para sentar. Um homem sem asas entrou sem tocar os pés no chão e me entregou um formulário imenso, gente, tinha umas duas mil questões abertas. Olhei para o sujeito, olhei para aquela enciclopédia de perguntas e fiz três questionamentos, só três, na realidade tinha uns dez para fazer, mas só deu tempo de três bem rapidinhos, e puxa vida, quando você não sabe o que falar diante de um cenário desconhecido, só fala bobagem e sempre vai dar merda.

- Posso ir no banheiro?
- É de consulta?
- Vai liberar o gabarito?

Gente, o sujeito me olhou com uma fúria bem lá no fundo do fundo, e só ouvi aquele barulho maluco, meio chiado, meio lascado e cai aqui, no meio do velório. Vi um tanto de olhares curiosos e rostos desconfiados e então meu corpo foi virando no caixão, acho que em convulsão, e fui pulando ao encontro do filho de uma puta do Juca Franco, aí o filho de uma puta morreu de susto. Como eu suspeitava, era uma coisinha fraca o fresco do filho de uma puta do Juca Franco...

É isto aí!


sábado, 12 de janeiro de 2019

Rosa (Pixinguinha / Otávio de Souza)

Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito teu

Tu és a forma ideal
Estátua magistral. Oh, alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Rábula dativo

Minas Gerais neste sombrio verão de 2019

Meritíssima Amanda Machado,

Referente ao Processo 

Eu preciso falar sobre o caso Allan/Alice. Considerando que os membros do juri ainda não se pronunciaram em seus comentários, como rábula dativo, vou defender os princípios do Allan, para que fique registrado nos autos do processo da Alice.

É...hummmm...então, lembro das aulas de catecismo onde a professorinha de voz baixa e olhar duro falava que as palavras sagradas não devem ser analisadas ao pé da letra. E as palavras de Allan soam sagradas, pois as reforça com Verdade; Abençoa; Éden e Amor.

Allan escreveu "Alice, não era para sermos". Não era para sermos e fomos assim mesmo. Está lá, como prova 1, irrefutável, Meritíssima, irrefutável. 

Allan escreveu "Felizes para sempre". Ora, direis, ouvir estrelas, até o átimo, senhores jurados, é um processo infinito. Felizes para sempre não é uma prerrogativa de um processo duradouro, é o êxtase do momento, e êxtase é infinito enquanto dura.

Aqui, senhores e senhoras do Juri, há uma dubiedade, pois na Prova 3, Allan denuncia que "A verdade é a felicidade". Assim está escrito que devemos procurar a verdade porque a verdade nos liberta - esta é a chave para a felicidade.

Na prova 4, "O mundo nos abençoa em todo deserto". Ora, ora, ora. Não foi assim com Israel nos 40 anos de deserto? Não foi assim com João Batista? Não foi assim com o Cristo? 

Na prova 5, nosso Allan fala de uma forma fantástica "Há oasis um Eden. Aqui, senhores e senhoras membros deste tribunal, na verdade eu vos falo que sobre as Memórias de Futuro do Amor dos quais evolui sua linha de raciocínio a doce e meiga Alice, não hão de ser invalidadas ou anuladas por que ela deseja. 

Meritíssima, saiba que a memória de longa duração fica no hipocampo, situado no sistema límbico, e é a principal ferramenta capaz de formar e evocar memórias e/ou de induzir o resto do córtex cerebral a fazer o mesmo, volutaria ou involuntariamente. 

Allan, um erudito da língua portuguesa, trás Oásis no plural, pois há um só Paraíso, entre tantas ofertas de prazer e descanso.

Concluindo, Meritíssima, "O amor sempre anda no infinito". Como definir o abstrato? Como tangenciar um sentimento? Se se morre de amor, se morre? Foi assim que aprendemos? 

Data venia, Meritíssima, Allan está condenado à paixão, e Alice tem o direito de se desvencilhar deste caminho, mas não pode jurar que será tão fácil assim. Amar dói!

Senhores jurados, julguem com o coração!

Paulo Abreu - rábula dativo das causas perdidas 

É isto aí!

domingo, 6 de janeiro de 2019

(Coldplay) Viva La Vida - Sungha Jung


Fonte Youtube: Sungha Jung 

Sungha http://www.sunghajung.com arranged and played "Viva La Vida" by Coldplay using loopstation.

Sungha Jung Live in Singapore 2014!
 
Sungha Jung Live in Saigon 2014!

Música: Viva La Vida
Compositores: Berryman Guy Rupert / Buckland Jonathan Mark / Champion William / Martin Christopher Anthony John
Licenciado para o YouTube por:
WMG (em nome de PLG UK Frontline)
Fonte Youtube: Coldplay

Felix Baumgartner Space Jump World Record 2012 (Red Bull Stratos)


Fonte Youtube: Felix Baumgartner Space Jump World Record 2012 Full HD 1080p [FULL]

Veja também: Red Bull Stratos FULL POV | Felix Baumgartner's Stratosphere Jump


Felix Baumgartner (Salzburgo, 20 de abril de 1969) é um paraquedista e base jumper austríaco.

No dia 14 de outubro de 2012 fez o salto em maior altitude de todos os tempos (39 mil metros), e bateu um recorde estabelecido em 1960 por Joseph Kittinger.

Após ser adiado por 2 vezes (primeiramente foi marcado para o dia 09/10 e depois para 12/10) devido ao mau tempo, Felix saltou no dia 14 de outubro de 2012 de uma cápsula levada por um balão à estratosfera por volta das 15h05min (horário local de Roswell-EUA). A subida demorou 2h30min.

Para saltar, teve de respirar oxigênio puro para eliminar o nitrogênio de seu sangue, que poderia se expandir em alturas elevadas e com isso ameaçar sua saúde.

Com o sucesso do salto, o austríaco afirmou que quer “inspirar a próxima geração”. “Quero ajudar quem quiser vir e quebrar meu recorde”, contou ele.

Red Bull Stratos: 

Red Bull Stratos foi um projeto realizado no dia 14 de outubro de 2012 que envolveu o paraquedista e base jumper austríaco Felix Baumgartner, e que foi patrocinado pela Red Bull. O projeto teve como objetivo quebrar vários recordes ao mesmo tempo e ajudar a contribuir em pesquisas científicas.

Preparativos e Treinamentos
Os preparativos para esta missão começaram em 2007. Felix Baumgartner, que tem o apelido de Felix Sem Medo recebeu um longo tratamento psicológico. Por ser claustrofóbico, ele sofria ataques de pânico toda vez que tinha que vestir o macacão e o capacete reforçado para deixá-lo totalmente isolado do ambiente hostil durante o salto. Assim, ele foi submetido a um acompanhamento psicológico realizado por Michael Gervais, especializado em atender esportistas de aventura. A equipe técnica também contribuiu para Baumgartner superar a claustrofobia e criou um procedimento detalhado antes do salto para manter sua mente ocupada e longe dos medos.

Além disso, o salto estava cercado de riscos, já que Baumgartner poderia perder a consciência e sofrer uma hemorragia cerebral caso começasse a rodar de forma descontrolada.

Perigos
A estratosfera é um ambiente extremamente hostil, com pouca presença de oxigênio e temperaturas baixíssimas, que chegam abaixo de -50 C°. Com isso, o paraquedista poderia morrer congelado ou por asfixia.

Qualquer dano à sua roupa especial poderia fazer com que o ar escapasse, provocando uma despressurização do equipamento. Isso poderia ocasionar a formação de bolhas de gás no sangue (conhecida como embolia gasosa). Ou seja, o paraquedista sofreria um efeito de como se ele estivesse sendo fervido por dentro. Ou seja, morte instantânea.

Baumgartner precisava saltar em uma posição previamente calculada, evitando a perda de controle do voo. Caso ele começasse a rodar, ele poderia desmaiar e continuar girando até que as forças aplicadas sobre seu corpo rompessem o seu tronco encefálico. (De fato ele chegou a rodopiar fortemente, mas conseguiu estabilizar).

O paraquedista poderia vomitar dentro do capacete e ter sua visualização do exterior e da linha do horizonte obstruída, ficando assim completamente desorientado.

Ninguém, até então, sabia como o corpo humano livre (protegido apenas pelo traje especial) iria se comportar ao ultrapassar a barreira do som, já que ninguém tinha conseguido a tal proeza até então.

Equipamentos e Vestimentas

Cápsula
A cápsula foi desenvolvida especialmente para este projeto. Ela possuiu mais de 1.300 quilos e espaço útil de 1,80 metros. Além de manter o aventureiro em segurança durante a subida, a cápsula possuía todos os instrumentos de navegação, câmeras e também um sistema de segurança. Ela também seria quase indestrutível, em caso de um impacto.

Balão
Foi utilizado um balão com aproximadamente 850 milhões de metros cúbicos de hélio. Contando com o peso da cápsula, todo o sistema do balão pesou ao redor de 3200 kg.

Traje
O traje especial pressurizado foi feito baseado nos equipamentos utilizados pelos astronautas. O material utilizado é resistente ao fogo e funciona como isolante térmico. A roupa pesou aproximadamente 13 quilos, sem considerar o capacete e o visor. O traje completo levava quase duas horas para ser colocado e verificado.

Capacete
O capacete também foi pressurizado. O equipamento possuiu mecanismos de aquecimento interno para que o visor não embaciasse ou congelasse. Esse visor ainda contava com uma película protetora contra os raios ultravioleta. Dentro do capacete, haviam também um microfone de comunicação, o canal que levava 100% de oxigênio e um dispositivo que despejava alimentos no estado líquido na boca do tripulante. Ao todo, o capacete pesava pouco mais de 3,5 kg.

Sistemas de segurança, comunicação e localização
Preso ao seu tórax, Baumgartner carregou durante o salto, uma espécie de bolsa na qual estavam todos os dispositivos eletrônicos responsáveis pela sua comunicação com a equipe de solo, o monitoramento de seus sinais vitais e o seu rastreamento no globo terrestre (um GPS melhorado), além do IMU (“Unidade de Medida Inercial”), que registrou todos os dados (altura, velocidade, tempo de queda, etc.), e uma câmera de alta definição com ângulo de visão de 120°. Fora dessa caixa, foi acoplado ao traje um dispositivo designado "CYPRES 2", que seria acionado automaticamente em caso de emergência.

Paraquedas
Além dos dois paraquedas tradicionais (o principal e o reserva), o paraquedista ainda contou com um paraquedas específico para estabilizar o seu voo caso ele começasse a girar. Nas laterais do macacão, existiam mecanismos para cortar algum dos paraquedas caso ele se enrolasse.

Treinamentos
Na sua preparação Baumgartner realizou vários saltos, entre eles, um a 20 km de altitude que atingiu 580 km/h.

O Salto
“Quando você está no topo do mundo, torna-se mais humilde. Eu não pensava em recordes, nada disso. Só não queria morrer na frente dos meus pais e da minha namorada, que estavam me vendo. Era só nisso que eu pensava. Pensei em todo mundo que estava me vendo, torcendo por mim... Às vezes, é preciso ir muito alto para compreender quão pequenos somos!”
Felix Baumgartner

A Complexidade do Projeto
Por causa da complexidade do projeto, condições climáticas perfeitas eram fundamentais para o sucesso da missão. Assim, inicialmente marcado para o dia 09/10/2012, e após mais dois adiamentos devido ao forte vento, o salto "estratosférico" finalmente ocorreu no dia 14 de Outubro de 2012. A missão, bem sucedida, levou Baumgartner a aproximadamente 39 quilómetros de altura, na estratosfera sobre o Novo México num balão de hélio, fazendo uma queda-livre e depois usando um paraquedas. Chegou a alcançar a velocidade de 1.342 quilómetros por hora (em condições normais -- pressão 1 atm e temperatura 20oC -- no ar denso da atmosfera terrestre a velocidade do som é de 1.234 km/h, enquanto na estratosfera devido ao ar rarefeito o valor tipico é 1.110 km/h, segundo a missão que coordenou o salto). 

A Expectativa de Recordes
Com o salto, Baumgartner esperava superar 4 recordes: ser o primeiro humano a superar a velocidade do som sem ajuda mecânica; realizar o mais alto salto de paraquedas, subir ao ponto mais distante da Terra e protagonizar a queda livre mais longa. Destes, os 3 primeiros foram superados. A queda livre de Baumgartner foi de 4 min e 19 seg, o que não permitiu que ele batesse o recorde mundial nesta modalidade, que era de 4 min e 36 seg.

A queda livre foi prevista para cinco ou seis minutos, mas acabou por durar 4:19. O salto total (sem haver contato com o chão) durou aproximadamente dez minutos.

O Salto em Números
Tempo de Subida: 2 horas e 35 minutos
Tempo de Queda Livre: 4.19 min
Duração do Salto: 9.3min
Velocidade Máxima atingida em Queda Livre: 1357,6km/h (atingida durante os primeiros 40 segundos de queda)
Altitude Máxima : 128.097 pés (ou 38 969,4 metros)

Os Recordes
Primeira pessoa a romper a barreira do som em queda livre (atingiu a velocidade de 373 metros por segundo = 1,24 vezes a velocidade do som)
O salto mais alto de todos os tempos (39.045m de altitude)
Maior distância vertical percorrida (36.529m)
O pulo de paraquedas mais alto (39.045m de altitude).
A transmissão ao vivo de seu salto da estratosfera tornou-se o vídeo ao vivo com maior número de visualizações simultâneas: 8 milhões (pico).

O Legado
O projeto visou contribuir em vários aspectos científicos. Dentre eles:

Ajudar no desenvolvimento de roupas espaciais, isso poderá ajudar até em caso de emergência, com o astronauta saindo da nave e reentrando na atmosfera.

Ajudar no desenvolvimento de protocolos de exposição a altas altitudes e altas acelerações.

Ajudar na exploração dos efeitos do corpo humano em acelerações e desacelerações supersônicas.

Ajudar a desenvolver paraquedas no estado da arte, envolvendo maior segurança e precisão.

Assim, o legado deixado por essa missão foi proporcionar aos cientistas descobertas importantes para a melhoria da segurança dos programas espaciais, principalmente no tocante a maneiras de escape dos astronautas durante emergências em altitudes muito elevadas.

Curiosidades
A data do salto (14 de outubro) coincidiu com o 65.º aniversário da primeira vez que a barreira do som foi rompida. O feito foi do americano Chuck Yeager, a bordo de um Bell X-1, no dia 14 de outubro de 1947.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Carminha e Armandinho - O dia seguinte


Acordou, tateou procurando os óculos em algum lugar do ambiente e encontrou uma mão fina, aveludada. Apertou-a e foi retribuído com um aperto leve. Virou-se ainda confuso, cabeça latejante, corpo dolorido e pelo vulto na penumbra não conseguiu perceber quem seria.

Ela lentamente colocou os óculos no seu rosto, levantou-se, caminhou para a janela, abriu as pesadas cortinas e ... surpresa ... era a ex-esposa, completamente nua e linda, sorrindo encantadoramente para ele que não sorria para ninguém.

Dedé ... esta é a nossa, digo, a sua ...

Sim, querido, a nossa casa.

Como eu vim parar aqui? Você me deixou entrar? O que está acontecendo? Quer dor de cabeça é esta? Dedé, eu morri?

Uma coisa de cada vez, querido. Sua roupa está lavada, passada e pendurada no banheiro. Tome uma ducha, aqui está uma aspirina, uma escova de dente e uma toalha de banho. Eu te espero na copa.

Tomou a aspirina, a ducha e se vestiu. Os sapatos estavam no banheiro, bem como as meias, a carteira e todo o dinheiro, os cartões ... não deu por falta de nada. Tentou se lembrar como chegou ali, mas um bloqueio impedia esta ação. Dedé foi a primeira namorada, e depois de seis anos se casaram, lua de mel em Paris, férias nos Alpes, verão em Floripa, inverno em Montreal, até que três anos depois as brigas, os ciúmes, as fases intransponíveis, e quando se deram conta, partiram para um desatamento doloroso.

A mesa estava posta, um café puro, sem açúcar e ela ali, sorrindo com os olhos, enamorando sua alma, deram-se as mãos, lembrou do dia que colocou a aliança naquela mão delicada. Começou a chorar ... chorar ... chorar ... até que um tapa no rosto seguido de uma força descomunal sacolejou todo o seu corpo.

Armandinho .. Armandinho ... acorda, Armandinho ... acorda, para de chorar, Armandinho, vai ... pelamordedeus, acorda ... Armandinho ...

Carminha? Como você veio parar aqui?

Como é que é? Safado.!! Estava sonhando com aquela vadia de novo, não é? E tome chinelada vapt, vulpt, vapt...

Como você sabia?

Eu não sabia, apenas desconfiava, mas agora que perguntou, tenho certeza vapt vapt vapt ...

  É isto aí!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Coluna Social da Marquesa - O Baile de Reveillon


Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho

Fluiu como mel viscoso o clima de reveillon no Clube Social da Elite Pitangueira. Alguns dos mais ilustres cidadãos da mais fina elite da mais fina casta da mais fina finesse e glamour do mundo enquanto poder, estavam presentes.

É claro que não passou desapercebido que Madame K. Lúnia, famosa por apoiar todas as causas que dispensam contato com o povo e  amar todos os valores sociais acima de seis dígitos, abusou da boa educação dos amigos mais próximos, ao exibir além do rapazote à tiracolo, um generoso decote mostrando o que nunca foi surpresa para 90% dos cavalheiros probos e honestos presentes.

Do outro lado do elegante salão imperial, Dr. Jota Arde, um meritocrata de valor inestimável, degustava com os olhos e trazia nos braços a provinciana Naná, empresária de uma rede de entretenimentos de cunho pessoal. 

Na mesa da família Arde, sentada sob certo conforto na mesma cadeira que Jorginho Caó, sua linda  e discreta esposa, cuja fenda frontal do vestido era coberta pelas mãos amigas do bom rapaz, discursava para as mulheres honestas e do bem da elite pitangueira que os tempos modernos da moralidade, da tradição e da família estão de volta, graças à luta contra o mal, vencido pelas graças do charme, da beleza e do aroma da classe empreendedora.

Ao lado das fortes colunas de mármore que dão acesso ao jardim, proeminente líder espiritual da elite da elite da salvação prévia celestial, descontraindo-se com Alcides, uma moça de fino trato da modernidade moderninha, apregoava que só a austeridade cívica fará deste povo uma nova e ordeira classe trabalhadora.

No meio da pista, Mr. Light Hand dançava de uma forma encaixada, mas em total respeito e apreço, com a Madame L. Contras, esposa de poderoso senhor das leis e das ordens. Enquanto isto, ao lado, Beto Rato experimentava as curvas de Cidinha Tan, mocinha ingênua do ensino universitário público e gratuito, filha de Leo Tan, maior investidor de ações sociais de limpeza urbana da região, digamos assim.

E assim, dentro de um forte esquema de segurança, que impediu a choldra de se aproximar do quarteirão do Clube, o presidente cuidou também para que fotos e principalmente celulares fossem proibidos no recinto, e isto causou orgasmos múltiplos na mente vazia do povo recalcado que não percebe que a meritocracia é a alma da honra, da tradição e da família.

É isto aí!