segunda-feira, 25 de março de 2019

Manhã (Murilo Mendes) ou como dói saber que sei que sei sobre uma ausência chamada Juiz de Fora

Juiz de Fora

Manhã (Murilo Mendes*)

As estátuas sem mim não podem mover os braços
Minhas antigas namoradas sem mim não podem amar sem maridos
Muitos versos sem mim não poderão existir.

É inútil deter as aparições da musa
É difícil não amar a vida
Mesmo explorado pelos outros homens
É absurdo achar mais realidade na lei que nas estrelas
Sou poeta irrevogavelmente.


*Murilo Mendes é uma poesia que existe dentro de mim chamada Juiz de Fora, que sinceramente,  habita em completo desalinho, como devem ser as coisas que vagueiam na ausência que transcende minha vontade. É isso aí!


2 comentários:

  1. Juiz de Fora, 28 de março de 2019

    Caro Paulo,
    que beleza de poema! Que lembrança mais terna você tem da cidade de Murilo. Eu só soube de M.M. quase adulta e fui arrebatada pelos versos do conterrâneo por muito tempo desconhecido. Que bom que ele chegou um dia para mim e que bom que você o trouxe de volta, quando eu precisava...
    "(...) É difícil não amar a vida
    Mesmo explorado pelos outros homens
    É absurdo achar mais realidade na lei que nas estrelas
    Sou poeta irrevogavelmente", era exatamente isso que eu precisava ler hoje.
    Muito obrigada
    Abraços
    Amanda

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  2. Amanda! Que bom estar aqui, você trás esta juizforice de uma forma ímpar.

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Gratidão!