sábado, 31 de dezembro de 2022

Feliz Ano Novo


Façamos um acordo
sobre o Feliz Ano Novo
que seja um pacto cordial
que seja simples e sincero
e espelhe nossos melhores desejos 

Ao dizer Feliz Ano Novo
que saia do fundo d'alma
e inspire fé 
expire esperança
e transpire o amor

Sejamos felizes, 
assuma que deseja ser
irremediavelmente feliz 
a tal ponto de comover-me
contagiar-me com sua felicidade

Eu desejo a você
o meu melhor  Feliz Ano Novo
que retribui seu sorriso
sua alegria e contentamento
para todo o sempre

É isto aí!




sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Deus (Khalil Gibran)


Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Fonte²: Texto original em inglês: Projeto Gutenberg

Deus (publicado em 1918)

Nos tempos antigos, quando o primeiro palpitar de fala chegou aos meus lábios, eu subi a montanha sagrada e falei para Deus, dizendo: “Mestre, eu sou teu escravo”. Tua vontade oculta é minha lei e eu te obedecerei para todo o sempre”.

Mas Deus não respondeu e, como uma poderosa tempestade, passou.

E após mil anos subi a montanha sagrada e novamente falei para Deus, dizendo: “Criador, eu sou tua criação. De barro me moldaste e a ti devo tudo o que é meu”.

E Deus não respondeu, mas como mil asas velozes ele passou.

E após mil anos eu subi a montanha sagrada e falei novamente para Deus, dizendo: “Pai, eu sou teu filho. Com piedade e amor me deste à luz, e através do amor e da adoração herdarei teu reino”.

E Deus não respondeu e, como a névoa que encobre as colinas distantes, ele passou.

E depois de mil anos eu subi a montanha sagrada e novamente falei para Deus, dizendo: “Meu Deus, minha meta e meu cumprimento; eu sou teu ontem e tu és meu amanhã. Eu sou tua raiz na terra e tu és minha flor no céu, e juntos crescemos diante da face do sol”.

Então Deus se inclinou sobre mim, e nos meus ouvidos sussurrou palavras de doçura, e assim como o mar que envolve um riacho que corre para ele, ele me envolveu.

E quando eu desci para os vales e as planícies, Deus também estava lá.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Versões de mim (Luís Fernando Veríssimo)

 

Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei

Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.

Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (unzinho e eu ganhava a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, casado com a Doralice feito aquele teste... Agora mesmo, neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz - aliás, o nome do bar é Imaginário -, sentou um cara do meu lado direito e se apresentou:

- Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo.

E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo.

- Por quê? Sua vida não foi melhor do que a minha?

- Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei à seleção.

Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia...

- Eu sei, eu sei... - disse alguém sentado ao lado dele.

Olhamos para o intrometido... Tinha a nossa idade e a nossa cara não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou:

- Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista.

- Como é que você sabe?

- Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como me mandei para o ataque com tanta perfeição que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacante e não me atirar. Como era um herói, me atirei...

Levei um chute na cabeça. Não pude ser mais nada. Nem propagandista. Ganho uma miséria do INSS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante...

- Ele chutaria para fora. Quem falou foi o outro sósia nosso, ao lado dele, que em seguida se apresentou:

- Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença.

Não seria gol. Minha carreira continuou. Fiquei cada vez mais famoso, e com fama de sortudo também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula.

O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Europa. Embarquei com festa no Rio...

- E o que aconteceu? - perguntamos os três em uníssono.

- Lembra aquele avião da Varig que caiu na chegada em Paris?

- Você..

- Morri com 28 anos.

- Bem que tínhamos notado sua palidez.

- Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo...

- E ter levado o chute na cabeça...

- Foi melhor - continuei - ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado...

- Você deve estar brincando! - disse alguém sentado a minha esquerda.

Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado.

- Quem é você?

- Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público.

Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele estavam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra.. As conseqüências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pequenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com o melhor aspecto, ali, era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente.

Só então notei que ele também tinha a minha cara, só com mais rugas..

- Quem é você? - perguntei.

- Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice.

- E...?

Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo...

Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou das atitudes que você não teve, mas sim, daquilo que foi feito. Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado.


"Porque tudo vale a pena, se a alma não é pequena".

 

Chaves de Sincronicidade - Existe coincidência? Lúcia Helena Galvão

Profª de Filosofia, palestrante, poetisa, escritora, roteirista


00:00 - A vida é simbólica
12:17 - C G Jung e a sincronicidade
30:24 - Chaves de Sincronicidade 
50:22 - Versões de mim
54:45 - Experiência dos outros nos ajudam
59:02 - A vida é pedagógica...o que acontece quando não aceitamos mais aprender?
01:02:30 - A paciente de Young que sonhou com escaravelho
01:04:10 - Sincronicidade que aconteceu com Lúcia
01:07:15 - Passando por dificuldade? Pergunte para a vida
01:11:25 - A vida torce para o nosso crescimento

Nova Acrópole é uma organização filosófica presente em mais de 50 países desde 1957, e tem por objetivo desenvolver em cada ser humano aquilo que tem de melhor, por meio da Filosofia, da Cultura e do Voluntariado.

Sabe quando alguém, do nada, fala algo que você precisava ouvir exatamente naquele momento, para entender melhor alguma coisa que estava pegando na sua vida?

C G Jung chama esses eventos de SINCRONICIDADE - não são simples coincidências!!
A professora e voluntária de Nova Acrópole Lúcia Helena Galvão nos oferece algumas chaves para identificar e interpretar esses momentos em que podemos entender com maior clareza o que a vida está querendo nos dizer. 

Chaves para entrar no fluxo da vida!

Esta palestra foi proferida em Natal-RN, por ocasião da celebração do dia da Filosofia, em novembro de 2022.

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Esperança (Mário Quintana)


Alto lá
Este poema não é meu
Confesso que copiei e colei
Poema: Esperança
Imagem: L'Amour et Psyché (William-Adolphe Bouguereau, 1890)


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se


— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…


Nota Biográfica

Mário Quintana nasceu no Rio Grande do Sul, na cidade de Alegrete, em 30 de julho de 1906. Ele foi um poeta, tradutor e jornalista que começou a escrever durante a adolescência e publicou seus primeiros trabalhos na revista da escola. É considerado um dos maiores poetas do século XX, mestre da palavra, do humor e da síntese poética.

Argumentos



De repente é dia, 
finda a chuva, 
saem as pessoas 
nas ruas apressadas

Em fuga das coisas 
que resistem amargas 
guardadas apertadas
na mente sem paz.

Dores que conflitam 
e expõem feridas
feito ondas de choque
numa dicotomia fugaz 

Aí recorro à Dialética de Vinícius:

"É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste..."

*Dialética é um poema escrito por Vinícius de Moraes em Montevidéu-Uruguai,  publicado no livro “Para Viver Um Grande Amor” em 1962.

É isto aí!





terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Copa da Lua


Fonte da Imagem: ESA Agência espacial Europeia
Autor: Thomas Pesquet, engenheiro da ESA, Expedição 65 da NASA  
Ano: 2021 Estação Espacial Internacional (ISS


Estou 
da Lua
assistindo 
a Copa

Todo povo 
na rua
menos ela 
que topa

de ficar 
tão pura
na nave 
no quarto

e eu aqui 
de boa
de luneta 
pro espaço

no seu corpo
sorvendo passes
gols imperdíveis
abraços ternos  

braços ensandecidos
a sorte esmera
esqueci a lente
agora já era

É isto aí

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Autumn leaves - Galliano, Lagrene, Lockwood (Switzerland 2014)


Fonte da Imagem: country living

" Autumn Leaves " é uma canção popular e padrão de jazz composta por Joseph Kosma em 1945 com letra original de Jacques Prévert em francês (título original em francês: " Les Feuilles mortes "), e posteriormente por Johnny Mercer em inglês. Uma versão instrumental do pianista Roger Williams foi um best-seller número um nas paradas da Billboard nos Estados Unidos em 1955 .




Fonte Youtube:  Autumn leaves - Galliano, Lagrene, Lockwood (Switzerland 2014)
Composed by Joseph Kosma.
Performed by Richard Galliano, Biréli Lagrène & Didier Lockwood.10 de mar. de 2019
Live in Switzerland, 2014
None of these images, music & video clips were created/owned by me.



Sonhar não é para principiantes.


Sonhar é uma arte
ímpar e individual
física, psíquica,
espiritual e gramatical

Sonhar não é para principiantes. 
Pode ser transitivo direto, 
transitivo indireto 
ou até intransitivo

Sonhar é um processo 
transitivo direto 
quando precisa de um complemento 
para fazer sentido.

Sonhar pode ser intransitivo,  
quando por si só apresenta 
o sentido completo de uma ação;
sendo desnecessário o complemento.

Sonhar pode ser do tipo transitivo 
indireto e pronominal, 
ligando-se ao objeto indireto
por meio de uma preposição. 

Nunca pense nisto
apenas permita-se sonhar
há um universo
dentro da sua história.

É isto aí!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

As bem-aventuranças estão no verdadeiro Natal de Jesus.


Autor da imagem: Cândido Portinari
Obra: Plantando bananeira - 1956
Fonte: Projeto Portinari

Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa» (Mt 5, 3-12). 

Feliz Natal aos pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus.

Feliz Natal aos que choram, porque serão consolados.

Feliz Natal aos mansos e humildes, porque possuirão a Terra.

Feliz Natal aos que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Feliz Natal aos misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

Feliz Natal aos puros de coração, porque verão a Deus.

Feliz Natal aos que promovem a paz. porque serão chamados filhos de Deus.

Feliz Natal aos que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.


É isto aí!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

‘Bella Ciao’, o hino da liberdade e da resistência


Imagem: Partisans em Milão depois da libertação do fascismo.
Fonte: El País

Bella ciao é uma canção popular italiana, provavelmente composta no final do século XIX. Na sua origem, teria sido um canto de trabalho das Mondine, trabalhadoras rurais temporárias, em geral provenientes da Emilia Romagna e do Veneto, que se deslocavam sazonalmente para as plantações de arroz da planície Padana. 

Mais tarde, a mesma melodia foi a base para uma canção de protesto contra a Primeira Guerra Mundial. Finalmente, a mesma melodia foi usada para a canção que se tornou um símbolo da Resistência italiana contra o Fascismo durante a Segunda Guerra Mundial.


A versão partigiana Wikipédia

Una mattina mi sono svegliato,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
Una mattina mi sono svegliato,
e ho trovato l'invasor.

O partigiano, portami via,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
O partigiano, portami via,
ché mi sento di morir.

E se io muoio da partigiano,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E se io muoio da partigiano,
tu mi devi seppellir.

E seppellire lassù in montagna,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E seppellire lassù in montagna,
sotto l'ombra di un bel fior.

Tutte le genti che passeranno,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
Tutte le genti che passeranno,
Mi diranno «Che bel fior!»

«È questo il fiore del partigiano»,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
«È questo il fiore del partigiano, morto per la libertà!»


Tradução Wikipedia

Acordei de manhã
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Acordei de manhã
E deparei-me com o invasor

Ó resistente, leva-me embora
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Ó resistente, leva-me embora
Porque sinto a morte a chegar.

E se eu morrer como resistente
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E se eu morrer como resistente
Tu deves sepultar-me

E sepultar-me na montanha
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E sepultar-me na montanha
Sob a sombra de uma linda flor

E as pessoas que passarem
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E as pessoas que passarem
Irão dizer-me: «Que flor tão linda!»

É esta a flor do homem da Resistência
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
É esta a flor do homem da Resistência
Que morreu pela liberdade


domingo, 18 de dezembro de 2022

O Mago da Pitangueira - o que esperar de 2023


2022, como é do conhecimento de todos, está vivo, em fase terminal. Que agonia foi este ano, Teve Copa, sim, teve copa com Argentina levantando a taça, teve eleição, sim, teve eleição, que ainda não acabou para uma parcela autodenominada inconspurcada, que acredita viver, sobreviver e sobrenadar com verve por sobre a choldra.

Ao pé da Pitangueira, dentro desta maré de eventos, trás as probabilidades, profecias e revelações do famoso Mago, para 2023. Foi para isto que subi mais uma vez o Monte da Sabedoria, onde habita o sábio, para buscar suas palavras .

- Diga-me, Mestre, 2023 é o início do fim?

- Vocês sempre no pragmatismo para com o tempo. 

- Como assim, Mestre?

- Em vez de verificar teses antitéticas que possam ascender uma verdade, vocês buscam fatos particulares que venham a refutar a realidade.

- Isto é um sim, Mestre?

- Meu caro rapaz, você há anos vem buscar o futuro, e o que posso afirmar é apenas que o paradigma do tempo de amanhã não é superior ao presente e nem aos tempos anteriores. Apenas atende às necessidades do período histórico ao qual os interessados, os interesses coletivos e o poder estão buscando.

- Mas e as guerras, Mestre?

-Meu filho, não existe mundo sem guerras, luta-se por tudo desde priscas eras. Se motivos faltarem, serão fabricados. O mundo é e sempre foi um eterno insatisfeito, de maneira que nem sildenafila, espalhada aos milhares pelas tropas, será capaz de conter esta pulsão da morte, que por mais paradoxal que seja, favorece a ideia de uma dinâmica psíquica de tipo biológico e inato, que faz do conflito psíquico um conflito de ordem instintiva e insuperável.

- Mestre, e as pragas?

- A vida é mutante em tempo integral, mas nós, estes seres magníficos, inteligentes e iluminados queremos que tudo seja imutável, mesmo quando exploramos os solos cada vez com agentes mais tóxicos e poderosos, poluímos as águas, desaguando nos oceanos overdoses de tânatos. E tem a indústria cosmecêuitca, a indústria alimentícia, a indústria farmacêutica, a indústria da moda, a indústria automobilística, fora as ciências das quais vocês nem conseguem imaginar que existem.

- Mestre, qual a mensagem o senhor pode nos dar como conforto para 2023?

- Assim foi dito e está escrito por Mateus: Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.

É isto aí!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Estar lá ou não estar (Stefano Re)


Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Autor: Stefano Re
Fonte: Blog de Stefano Re (esserci-o-non-esserci)
Tradução: Informação Incorrecta (Português Portugal)
Revisão: Ao Pé da Pitangueira (Português Brasil)

Artigo de Stefano Re. 

Uma das correntes de pensamento que prevalece na orgia inconsciente do sentido de culpa que a maioria das sociedades industrializadas têm vindo a perseguir há algumas décadas consiste na demonização do ego. Nesta perspectiva, satisfazer-se torna-se roubar, afirmar as nossas próprias necessidades torna-se prejudicial para a sociedade, amar a si próprio torna-se narcisismo patológico. Em essência, o egoísmo é retratado como o mal absoluto, o egocentrismo como uma doença social generalizada.

Esta deriva atinge as suas extremas manifestações sob a forma de condenação da afirmação dos nossos próprios direitos, que é catalogada como não-conformidade social e criminalizada como “dissidência”. E é assim que a razoável e útil crítica ao excessivo egocentrismo, superficial e filho da moda, torna-se a sacralização do conformismo e o apagamento da identidade.

O normal não existe

Façamos uma premissa lógica: a normalidade nada mais é do que uma linha mediana baseada na percepção do grupo. Por outras palavras: nem sequer é a maioria que realmente define o que é “normal”, mas a mera percepção da maioria. Em suma, se é feito acreditar que todos pensam de uma certa maneira, torna-se normal pensar daquela maneira. 

Esta é uma operação em que os meios de comunicação social se tornaram particularmente hábeis. Foi assim que aconteceu que há cem anos atrás se tornou tão rapidamente “normal” denunciar às SS uma família desesperada escondida num teto falso, e foi assim que aconteceu que há algumas semanas atrás se tornou “normal” poder entrar num ônibus, ou poder trabalhar apenas com um passe cronometrado.

Não pode oferecer o que não tem

O primeiro e fundamental obstáculo desta narrativa social é que, como a lógica mostra, não se pode oferecer algo sem o possuir. Se te ofereço uma casa que pertence a outra pessoa, o meu ato é nulo e chama-se fraude. Como podemos então pretender partilhar, na esfera social, as nossas competências, o nosso valor, a nossa contribuição, sem antes possui-las plenamente? Esta indicação mostra como é importante também do ponto de vista social tomar consciência e assim estabelecer a nossa propriedade individual dos nossos processos, das nossas existências, do nosso valor.

Antes dentro do que fora

Qualquer pessoa que dedique tempo a observar a si próprio, as suas ações, escolhas ou pensamentos, descobrirá inevitavelmente quantas vezes o que criticamos “fora” de nós próprios se relaciona com aspectos não resolvidos e dolorosos “dentro” de nós próprios. Os exemplos são infinitos e é preciso muito pouco para compreender este mecanismo a que a psicologia chama de “projeção”. 

Projetamos nos outros, fora de nós próprios, tudo aquilo que não podemos suportar ou que nos assusta por dentro, aquelas partes de nós próprios que culpamos, rejeitamos e condenamos. Mais ainda, precisamos de desprezar os outros para obscurecer a nossa visão desses aspectos dentro de nós próprios. Nesta óptica, qualquer pessoa num caminho de auto consciencialização entende que cada murro dado a alguém era na realidade um murro dado a ele mesmo.

Amar a si próprio

A reconciliação com aquilo que tentamos não ver e reconhecer dentro de nós próprios é a forma de encontrar o equilíbrio interior, de deixar de olhar para fora de nós próprios para culpar e responsabilizar, de começar a retomar as nossas vidas físicas, mentais e até espirituais. 

Quando reconhece em você mesmo o que odiava nas outras pessoas, quando se reconcilia com isto dentro de você, deixa também de odiar fora de você. Recupera finalmente a posse de si próprio, das suas decisões, do seu valor e, finalmente, é capaz de trazer tudo como contribuição social. Isto é o “como” e o “porquê” a reapropriação da sua existência é a base para a construção de uma vida social adulta e responsável.

O poder está sobre nós próprios

A sociedade em que vivemos imersos leva-nos a julgar sempre e apenas fora de nós próprios: são os outros que provocam, irritam, iniciam, causam, cometem erros. Tudo está lá fora, fora do nosso alcance. Coerentemente, o poder é identificado como a capacidade de impor uma vontade aos outros. 

Definimos como poderosos aqueles que podem impor as suas escolhas e decisões aos outros. A simples realidade é que ninguém pode impor nada a ninguém: só podemos impor algo a nós próprios. Nós estamos sempre livres, mesmo sob a forma mais severa e opressiva de pressão. Podem apontar-lhe uma arma à cabeça, mas ainda cabe a você decidir obedecer ou desobedecer às ordens que recebe. A escolha é sempre sua.

Focalizar este poder, esta força, restabelece o equilíbrio de cada fator e coloca tudo de novo no seu lugar efetivo. Se alguém ameaçar-lhe, essa é uma escolha dele, não sua. Mesmo que ele lhe mate, a escolha continua a ser dele, diz-lhe respeito, não sua. A sua escolha, o seu poder, é decidir o que fazer. E este poder é absoluto: você é o seu próprio Deus.

O bem de ninguém

Especularmente, e exatamente como no caso do poder, as responsabilidades também são percebidas e representadas sempre em relação aos outros. Lá “fora”, novamente: longe do nosso alcance e da nossa decisão. A soma deste processo é a ascensão do conceito de “o bem de todos”, sacralizado ao ponto de desvincular-se do bem individual e até tornar-se perceptualmente o oposto, como se os dois só pudessem estar em competição. 

No entanto, como pode haver um bem “de todos” que prejudica o bem individual? O “bem de todos” é uma linha mediana das necessidades de todos, por definição não existe exceto em teoria, enquanto que o bem do indivíduo é real. Sacrificar o bem individual, que é real, para o bem coletivo, que é teórico, cria o paradoxo absoluto em que, para o “bem de todos”, o mal pode ser imposto a todos. É assim que o “bem de todos” se torna o bem de ninguém ou, mais concretamente, o bem daqueles que decidem para todos os outros.

O poder é responsabilidade

A recuperação da responsabilidade em relação a nós mesmos coincide com a recuperação do poder absoluto sobre nós próprios. Voltando à situação extrema apresentada acima: a responsabilidade da pessoa que aponta a arma à sua cabeça é decidir se deve premir esse gatilho. Poder dele e responsabilidade dele, pelos quais ele deve responder em primeiro lugar a si próprio. A sua responsabilidade, por outro lado, é a de decidir como se comportar. Poder e responsabilidade pelos quais deve responder primeiro a si mesmo.

Isto é exatamente o contrário das nossas experiências de vida, nas quais já não somos capazes de agir: fingimos transferir o poder e a responsabilidade das nossas escolhas, das nossas ações, para fora de nós. Ao fazê-lo, ficamos impotentes e desenvolvemos a necessidade de uma figura parental, um guia, um pai, um especialista: alguém que assuma o poder e a responsabilidade sobre as nossas vidas, em nosso nome.

Somos todos especiais

Mas se estamos tão habituados a renunciar a este poder, como podemos recupera-lo? Todos nós temos noções de pessoas que pensamos serem tão especiais, que frequentemente chamamos como grandes mestres, e todos eles são indivíduos que demonstraram conseguir combinar o seu poder sobre eles próprios com a responsabilidade para com eles próprios, tendo assim um impacto decisivo através do seu mero exemplo na vida dos outros. Pessoas como Gandhi, ou Buda, ou Jesus.

No entanto, o que eles implementaram está ao alcance de cada um de nós. E a forma de lá chegar é simples. Não são precisos cursos ou livros ou iniciações divinas: só é preciso observar-se a si próprio de forma honesta e decisiva. Basta parar, sempre que possível, e perguntar-se: o que estou a fazer neste momento? O que me levou a fazer isto? A qual minha necessidade isto responde?

Esta simples abordagem coloca-nos de novo “em presença”, faz-nos compreender que somos nós que podemos sentar-nos no cockpit das nossas vidas, se assim o desejarmos. E lembra, sempre, que se estamos presentes naquele momento, então todo o resto do tempo não estamos. Todo o resto do tempo obedecemos a regras que não lembramos, perseguimos necessidades que não escolhemos, cedemos a outros o poder e a responsabilidade das nossas existências. Durante o resto do tempo, enquanto as nossas vidas fluem, nós não estamos presentes. Então, quanto das nossas vidas passa sem a nossa presença real?

O formigueiro

Focando quanto acima exposto, é evidente em que direção a sociedade em que nascemos nos está a conduzir de uma forma cada vez mais explícita e forçada. Através da demolição controlada de tradições, religiões, culturas, economias, garantias, direitos e mesmo identidades sexuais, estão a conduzir-nos à perda de toda a autonomia, toda a individualidade, todo o poder e responsabilidade em relação a nós próprios, para uma cessão total da soberania mental, física e existencial em favor de entidades terceiras, abstratas e teóricas. 

É a sociedade do formigueiro, na qual cada indivíduo não tem uma função, mas é uma função. Em que tudo se curva em prol da otimização do sistema, para o incessante progresso coletivo. Nele o ego é o mal absoluto e a sua demolição é o caminho para o “brilhante” futuro decidido pelos poucos escolhidos que lideram o rebanho, a manada, o enxame. E aqui está a multiplicação das figuras parentais: os guias, os peritos, os especialistas que decidem por todos, a quem todos entregam a sua própria existência.

A oferta do formigueiro

O que oferece o formigueiro em troca deste caminho de obediência? Muitas coisas. Oferece segurança, ou pelo menos a percepção de segurança, através de símbolos e narrativas que, por muito irreais que sejam, tranquilizam e anestesiam os sintomas de uma profunda angústia existencial. 

Oferece grande conforto, tecnologias cada vez mais refinadas e agradáveis. Oferece a satisfação não só de necessidades básicas, mas também de entretenimento em todas as suas formas, desde jogos de vídeo a séries de televisão e desporto vivido por procuração através do ecrã. 

Mas acima de tudo, oferece uma libertação cada vez mais total da responsabilidade de decidir qualquer aspecto da própria existência. Paradoxalmente, a maior oferta coincide precisamente com a maior sanção: escolher obedecer significa renunciar a todo o poder, mas também renunciar a toda a responsabilidade.

Estar ou não estar

Eis, então, o valor e a oportunidade única que estes tempos difíceis e dolorosos estão a oferecer. Através de todos estes traumas, estes choques perceptivos, estão a abrir-se para um número cada vez maior de pessoas as oportunidades de recuperar a própria existência, a própria consciência, o próprio poder, 

E, como espécie, quando um número suficiente de pessoas tiver amadurecido esta consciência, abre-se inevitavelmente a era de uma sociedade de adultos, para adultos, individualmente responsáveis e presentes. Uma oportunidade evolutiva, portanto, que é primária e necessariamente individual, e que ninguém pode implementar para ninguém a não ser para si próprio. Recuperar a nossa própria individualidade, singularidade. O nosso próprio poder, a nossa própria responsabilidade. Estar presente.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

"Too Young" e sua versão "Em Flor"


Música: Too Young
CompositoresSidney Lippman, Sylvia Dee
Too Young · 195729440852
Too Young
℗ Planet Blue Records USA
Released on: 1995-01-01
Auto-generated by YouTube.

Too Young

They try to tell us we're too young
Too young to really be in love
They say that love's a word
A word we've only heard
But can't begin to know the meaning of

And yet we're not too young to know
This love will last though years may go
And then some day they may recall
We were not too young at all

Tradução Ao pé da Pitangueira:

Eles tentam nos dizer que somos muito jovens
muito jovens para estarmos realmente muito apaixonados
dizem que o amor é apenas uma palavra
uma palavra que apenas ouvimos
mas não podemos entender seu significado

Porém não somos tão jovens para sabermos
que este amor vai durar para sempre
e então um dia eles recordarão 
que não éramos assim tão jovens



Fonte Youtube: Nat King Cole Too Young 


Música: Em Flor (Versão de Too Young)
Music video by Simone performing Em Flor (Too Young) (Áudio Oficial). (C) 1986 Sony Music Entertainment (Brasil)
Compositores: Sidney Lippman, Sylvia Dee
CantoraSimone 
Licenças: SME (em nome de Sony Music Entertainment); Abramus Digital, LatinAutorPerf, Tangible Medium Publishing, Wise Music Group, LatinAutor - PeerMusic, UNIAO BRASILEIRA DE EDITORAS DE MUSICA - UBEM, LatinAutor e 5 associações de direitos musicais

Em Flor (Too Young)

Não são sinceras as razões
De quem insiste em não lembrar
Do sentimento em flor,
O despertar do amor
Não se apaga mais dos corações.

Amor nenhum tem tal poder
De provocar recordações,
Bastou se ver mais uma vez
Para sentir que não passou.


Fonte Youtube: Simone - Em Flor (Too Young) (Áudio Oficial)






sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Meu nome é saudade de você (Paulinho Moska)


Meu nome é saudade de você  (Paulinho Moska)

Ei, o tempo passa e eu não te vejo
Desde o nosso último encontro
Que só faço me perder
Fui soprando o vento do desejo
E cheguei mesmo a ponto
De tentar te esquecer

Vem me matar
Que meu nome é saudade de você
Vem me amar
Nunca some a vontade de te ver
Tento tanto entender e continuo sem saber

Porque o sol ainda ilumina nossas flores
Com a grama do jardim
Emoldurando o amanhecer
Só que a luz brilhante dessas cores
Sem a chama que há em ti
Pode o amor anoitecer


Música do álbum Beleza e Medo de 2018
Quando completou 25 anos de carreira, Paulinho Moska apresentou seu novo disco - Beleza e Medo.. Há oito anos sem um álbum de inéditas, “Beleza e Medo” foi o primeiro a ser lançado pela gravadora Deck. Com produção de Liminha, o trabalho trouxe 10 faixas de sua autoria, oscilando em letras mais otimistas e outras com temas mais soturnos. Entre elas “Bem na Mira”, “O Jeito e Não Ficar Só” e “Minha Lágrima Salta”, que está na trilha sonora da novela Malhação. Ele contornou com parceiros em algumas composições: Zélia Duncan em “Medo do Medo”, Zeca Baleiro em “Pela Milesima Vez” e Carlos Rennó, na canção-manifesto “Nenhum Direito a Menos”.

Gravadora Deckdisk
Produzido Liminha 
Direção Artística: Moska
Arranjos: Liminha, Moska e músicos participantes
Gravado por Marcelo Saboya no Estúdio Nas Nuvens/RJ (Entre Out/17 e Abril/18)
Mixado por Liminha, Marcelo Saboya e Moska
Masterizado por Carlos Freitas (Classic Master)
Produção Executiva: Vicente Barros

Moska: Voz e violão
Liminha: baixo e violão 12 cordas
Rodrigo Nogueira: guitarra e violão
Rodrigo Tavares: teclado
Adriano Trindade: bateria

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Um canto espiritual Tamil

Fonte Youtube: Umaa Kanna




Sobre Umaa Kanna:

"Poemas espirituais máximos cantados por um adolescente"

O recorde de cantar o número máximo de poemas espirituais foi estabelecido por B. Umaa Nandini (nascido em 9 de janeiro de 2004) de Udumalpet, Tamil Nadu. Ela cantou 6620 'Devarams' (Devaram é um grupo de poemas espirituais cantados pelos três Saiva Samaya Acharyars, a saber, 'Thirugnyanasambanthar', 'Thirunavukkarasar' e 'Sundarar') durante um período de 188 dias a partir de 6 de abril, 2020 a 2020. 10, 2020. As músicas foram gravadas e compartilhadas através dos grupos do WhatsApp e cantadas coletivamente pelo povo, conforme confirmado em 21 de novembro de 2020.



terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Como criar uma Fundação: conceito e procedimentos


Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Imagem: Leonardo Da Vinci - Estudo anatômico de um feto no útero. 
Fonte da imagem: O físico nerd

O Código Civil (Lei nº 10.406/02) dispôs no seu art. 62 que para criar uma fundação o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Essa legislação que passou a vigorar em 2003, também definiu que novas fundações somente poderiam constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. No entanto, tal restrição vigorou até meados de 2015.

Com a alteração do Código Civil proferida pela Lei nº 13.151, a partir de agosto de 2015, ocorreu a ampliação das finalidades previstas para a constituição de novas fundações, englobando:

• Assistência social
• Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico
• Educação
• Saúde
• Segurança alimentar e nutricional
• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável
• Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos
• Promoção da ética, cidadania, democracia e dos direitos humanos
• Atividades religiosas

Conceito
As fundações constituem-se numa universalidade de bens ou direitos, dotados de personalidade e destinados a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu instituidor.

São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos ou lucrativos, que se formam a partir da existência de um patrimônio destacado pelo seu instituidor através de escritura pública ou testamento, para servir a um objetivo específico, voltado a causas de interesse público.

As fundações podem ser constituídas por indivíduos, por empresas, ou pelo poder público. Neste último caso, temos as fundações públicas, pertencentes ao primeiro setor. É importante que exista uma declaração de vontade clara do instituidor para a constituição da fundação, especificando os bens destinados a formar seu patrimônio e os seus fins. Esse patrimônio precisa ser suficiente para garantir que a fundação cumpra suas finalidades.

Assim, fundação é a instituição que se forma pela destinação de um patrimônio para servir a certo fim de utilidade pública ou atuar em benefício da sociedade. Caracterizam-se por seus fins de caridade ou beneficentes, pesquisa, educação, saúde, etc., (seus objetivos principais), e pelo fato de ocorrer, com a sua instituição, uma personalidade patrimonial. Isso quer dizer que, diferente das associações, onde o foco é o indivíduo, nas fundações o núcleo central é o patrimônio.

Em geral, as fundações são administradas por um Conselho de Administração, Deliberativo ou Curador (que decide em linhas gerais quanto à forma de atuação da entidade), uma Diretoria Executiva ou Superintendência (órgão executor) e umConselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas e atividades).

Procedimentos para constituir uma fundação
Assim como as associações, as fundações são regidas por estatutos, que se elaboram segundo as regras legais. O registro da fundação depende de autorização do Ministério Público Estadual para escritura definitiva em Tabelionato de Notas e posterior registro no Cartório de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas. Esta avaliação prévia pelo Ministério Público só é dispensada nos casos em que a fundação foi instituída por testamento.

Desta forma, para que a fundação adquira existência formal é necessário o registro de seu Estatuto Social, e da ata da reunião de constituição realizada pelo Conselho de Administração, com a eleição da primeira diretoria, no Cartório de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas.

A partir do registro, a entidade passa a ter plena capacidade legal, e, portanto, a condição para contratar, empregar, firmar parcerias, etc., passando a contrair direitos e obrigações.

Durante toda a sua existência, que em regra é por tempo indeterminado, as atividades da fundação, que devem ser minuciosamente descritas no estatuto, estarão sujeitas ao controle do Ministério Público do Estado onde estiver sediada.

Estes são apenas os primeiros passos para a criação e existência legal da fundação. Em seguida, deve ela obter também o CNPJ, o registro municipal e outros registros específicos de acordo com sua área de atuação. Posteriormente, a fundação pode, e deve, buscar imunidade tributária, isenções, qualificações, títulos, certificados e parcerias com entidades privadas e públicas, com o objetivo de captar recursos para manutenção de suas atividades.

Como destacamos no artigo sobre constituição de associações, após a constituição da fundação é necessário manter a contabilidade atualizada, apresentando periodicamente as declarações obrigatórias aos órgãos de controle e fiscalização.

domingo, 27 de novembro de 2022

O Covid - 2ª temporada Novembro/22

 

Em Janeiro/22 recebi a terceira dose da vacina e achava que tudo corria bem. Em abril/22 fiz aqui o passo a passo da manifestação do Covid na minha vida. Segundo os médicos, a ciência e a minha experiência farmacêutica, meu quadro foi atenuado pelas vacinas, porém, mesmo assim foi uma experiência muito muitíssimo desagradável. Supostamente, pelos sintomas, fui vitimado pela variante Alfa.

Agora, novamente com um quadro clínico que levou ao exame, o teste positivou. Os sintomas sugerem a manifestação da variante Beta. Tenho febre, muita tosse, dor de garganta, falta de ar, enjoo, dor no corpo, cansaço, sudorese, fadiga e muita sonolência. 

Vai passar, mas enquanto não passa, é tenso.

É isto aí!

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Três atos dissimulados


Três atos dissimulados
passeiam no parque
feito uma família

e à mesma hora,
no mesmo espaço
ao mesmo tempo 

o primeiro, contido,
magoado, chora,
com dores à revelia.

o segundo emudece,
olhar no horizonte
triste, atordoado.

o terceiro, invisível,
esconde-se na alma
em fuga impossível

É isto aí!


quarta-feira, 23 de novembro de 2022

O Analista da Pitangueira e o Livro Aberto

 


- Bom dia, entre.

- Estou bem aqui.

- Estou vendo, mas estará melhor ao entrar

- O que há de tão importante que me faça sentir melhor aí dentro?

- Nada é mais importante aqui do que falarmos das suas emoções.

- Então o objetivo é só este??

- Não, claro que não. Um dos maiores objetivos é criar um vínculo entre terapeuta e paciente, a fim de compreender os processos reprimidos pelo seu subconsciente, que geram sintomas como a angústia ou a ansiedade entre tantas outras emoções. 

- Criar um vínculo? Processos reprimidos? Angústia? Não estou entendendo nada.

- Não se preocupe com isto. Todo esse acompanhamento é realizado por meio da interpretação das suas ações e seus pensamentos, e - maktub - a boca fala do que está cheio o coração. 

- Estou confusa...

- Também auxiliarei você a descobrir-se e tornar-se quem você é.

- Você está conjecturando que esta que eu sou não sou eu mesma?

- Venha, entre. Aqui fora estarão ouvindo nossas conversas.

- Não ligo para o que outros pensam, falam e veem em mim. Minha vida é um livro aberto.

- Mas é um livro pronto e acabado?

- Sim, claro, em edição de luxo.

- Feito um caixão?

- Como assim? Minha vida é ...

- Sim, sua vida é ...

- Estou morta? Por isto sou um livro editado, pronto e acabado?

- Quer continuar o velório aqui ou descobrir páginas em branco a serem escritas, no divã?

- Melhor entrar. Mas não me conte o final.

É isto aí!




quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A inquietude do desejo


Fonte da imagem: uludagsozlukgaleri


- Peça o que quiser.

- Sério?

- Eu sou mulher de brincar com este nível de coisa?

- Não que eu saiba.

- Então ... peça o que quiser.

- Posso mesmo?

- Mas que mer... quer dizer, sim, pode.

- Qualquer coisa mesmo?

- Qualquer coisa.

- Está bem, vamos lá...

- Vai demorar muito?

- Não, é que você me pegou de surpresa.

- Mas deve ter algo que você deseja, então já sabe o que quer.

- Sim, de certa forma sim, mas é uma coisa tão íntima e pessoal.

- Íntima e pessoal? Pode explicar melhor?

- Hummmm, melhor que não.

- Espera aí, você tem segredos para comigo?

- Não, quer dizer, sim, não sei, acho que não ou talvez, ou sim, estou confuso.

- Canalha, cafajeste. Você é deste tipo de pessoa a quem não se empresta importância.

- Vai continuar o rol de ofensas ou já esgotou a cota de hoje?

- Nem comecei. Meu desejo é destruí-lo com palavras que sejam pedras na sua alma.

- Então siga em frente.

- Seu pulha. Você é um homem caviloso, ardiloso, matreiro, enganador, 

- Acabou?

- Cretino, insidioso, capcioso, fraudulento, manhoso, retrincado e sofístico.

- Pronto? Acabou o estoque de pedras ferinas?

- Sim, por enquanto acabei, mas você não vale nada. Agora diga a merda do que você quer.

- Não digo. Quer saber? Você não tem como dar o que eu quero.

- Ah, não, amor! Fala, vai. Dá uma chancezinha para seu amorzinho. Peça qualquer coisa.

- Sério?

- Eu sou mulher de brincar com este nível de coisa?

- Não que eu saiba.

- Então ... peça o que quiser ...

É isto aí!






quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Melodia Sentimental (Dora Vasconcelos / Heitor Vila-lobos)

Melodia Sentimental (Dora Vasconcelos / Heitor Vila-Lobos)

Fonte Youtube: Aline Talon 
Voz: Aline Talon
Violão: João Camarero.

Com poema de Dora Vasconcellos, Melodia Sentimental é parte integrante da obra "A Floresta do Amazonas" de Heitor Villa-Lobos, composta nos anos 1950 para o filme "Green Mansions" de Mel Ferrer. (Wikipédia)

Green Mansions (No Brasil: A Flor que Não Morreu) é um filme americano de 1959, dos gêneros romance e aventura dirigido por Mel Ferrer. Baseado no romance de 1904 "Green Mansions", de William Henry Hudson, o filme é estrelado por Audrey Hepburn como Rima, uma menina da selva que se apaixona por um viajante, interpretado por Anthony Perkins. Também aparecem no filme Lee J. Cobb, Sessue Hayakawa e Henry Silva. A trilha sonora é de Heitor Villa-Lobos e Bronislaw Kaper. (Wikipédia)

A música, na voz de Djavan, compôs a trilha sonora do filme "Deus É Brasileiro", de Cacá Diegues. É executada na cena final e é considerada uma das mais belas do filme.

Deus É Brasileiro é um filme brasileiro de 2003, uma comédia dirigida por Carlos Diegues. O roteiro é baseado no conto "O Santo que não Acreditava em Deus", de João Ubaldo Ribeiro, e adaptado por Diegues, João Emanuel Carneiro e Renata de Almeida. (wikipédia)


Melodia Sentimental (Dora Vasconcelos / Heitor Vila-Lobos)

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que fulge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar

As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar

Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor

Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir teu amor e sonhar