terça-feira, 26 de julho de 2022

Diário do sonho



Acordou meio dormindo, sonhando que acordava atrasado. De súbito, tomado pelo impulso do tempo esgotado, saltou da cama, vestiu o que deu para vestir, pulou pela janela para o quintal, atravessou a cerca num salto acrobático, subiu na bicicleta e pedalou rumo ao futuro.

Tomou a rua de maneira rápida e desceu  a ladeira em curvas e longa, que fluía inclinadíssima até a avenida que dava na praça que dava na igreja, que dava no altar, que dava no encontro marcado com a mulher dos seus sonhos. O galope e a gravidade logo ascenderam um sinal de alerta, pois aquilo estava chegando nos limites da ingovernabilidade. 

Deu que se viu num local aprazível, com uma enorme sensação de gozo. Tudo esplendorosamente belo. Um mulher de luz aproximou-se e sem falar nada, tocou seu pensamento com o convite para acompanha-la. Seguiu-a por um passeio de terracota assentado sobre um gramado de um verde indefinível, com flores e arbustos indescritíveis. No horizonte árvores frondosas e exuberantes. O céu era uma arte sem igual.

Ao longe uma voz feminina o chamava - Zécarlos ... Zécarlos ... acorda Zécarlos, levanta, tem que ir na padaria, tem que levar o lixo para fora, em que arrumar a cerca ... caramba, mas que mulher ruim é esta, hem?! Acordou, olhou bem para a mulher e a reconheceu dos seus sonhos. Ela recuou um ou dois passos - espera, você não é o Zécarlos ... você é o sujeito dos meus sonhos.

Riram e sonharam felizes para sempre.

É isto aí

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