
Ao término da celebração, limpava tudo, varria, guardava o cálice, as hóstias consagradas, o vinho, os paramentos, etc. e seguia para a aula. Ao meio dia coordenava o Angelus no pequeno Salão Paroquial para uma meia dúzia de beatas.
Dezoito horas já estava à frente do altar da Capela rezando o Ofício Parvo de Nossa Senhora. Além disto tinha o Terço da Misericórdia às quinze horas e a Confissão Individual com o pároco às quarta-feiras, e o Terço de Libertação e Cura dos Homens nas quintas, pontualmente às dezenove horas. Nas sexta-feiras secretariava, dentro da Ordem Franciscana Secular, a animada turma da Juventude Franciscana.
Certa vez, enquanto em genuflexão rezava a Oração da Noite, de agradecimento e fé, uma luz intensa invadiu seu pequeno quarto. Sentiu uma leve brisa e uma paz indescritíveis. Era uma luz que nunca havia notado. Continuou rezando, sem olhar para trás. O ar ficou perfumado com uma fragrância levíssima, adocicada, inebriante. Aquilo passou a acontecer toda noite.
Com medo de que fosse algo do "inimigo", confessou ao padre, que não viu nada que pudesse ser perigoso. Aconselhou-o a olhar para a fonte da luz e ver o que de fato ocorria ali, para que juntos discutissem a questão. Mas Leonel nunca mais voltou a tocar no assunto.
Naquela mesma noite, experimentou o pânico, trêmulo e só. Ajoelhado, de frente para a cama, percebeu a luz. Primeiro trouxe a íris ao limite lateral do globo ocular, depois lentamente virou a cabeça ao limite do ombro, enfim fez a rotação do tronco, lentamente, e deparou com uma figura celestial lindíssima, sorridente, fitando seus olhos. Uma moça de semblante angelical, cabelos ruivos, esbelta, de uma beleza ímpar, e um corpo estonteante. Leonel não sabia o que falar. Nunca viu uma ruiva, nunca esteve sozinho com uma moça e se encantava ao olhar sua silhueta sob a túnica, fitava seus expressivos olhos azuis e admirava toda a beleza envolvente. Estava confuso. Começou a chorar.
Olá Leonel, não tenha medo, sou eu, seu anjo da guarda, Rachel. Olhou-a novamente. Sentou em uma velha cadeira e convidou-a a fazê-lo também. Conversaram sobre tudo. Falaram sobre o céu, os anjos, a Santíssima Trindade, a vida dos anjos, etc. Não lembra de ter dormido, mas acordou leve às cinco horas e seguiu sua rotina.
Nas noites que se seguiram conversavam mais e mais. Rachel mostrava as passagens bíblicas, explicava cada detalhe, cada momento, de uma forma emocionante e elucidativa. Leonel então a convidava para rezarem juntos, e o quarto se transformava em um santuário de luz e paz celestial.
Semanas haviam se passado e já bem mais animado, aguardava-a com ansiedade. Naquela noite chegou de uma forma mais resplandescente. Havia um diferente e intenso brilho nos seus olhos e seus lábios aparentemente estavam sensuais. Falaram de tudo o que ele queria perguntar, pediu para ela cantar na língua dos anjos, cantou desafinado uns hinos em Latim, riram muito.
Leonel então, pela primeira vez, tocou-lhe no braço e ali algo ocorreu. Um flash de energia fluiu em mão dupla, ambos foram unidos por uma estranha sensação de êxtase. Houve prazer e pânico, uma mistura complexa de paixão e susto. Desejou tocá-la mais, desejou abraçá-la, desejou beijá-la, mas estranhamente adormeceu.
Rachel nunca mais foi vista. Mas seu perfume ficou permanentemente na sua vida. Porém o tempo não para. Afastou-se de tudo e de todos. Viveu todos os anos em completa solidão, afastado do mundo e das coisas do mundo. Um dia, e este dia sempre chega, adoeceu, já em avançada idade. Na cama de uma enfermaria, sem forças, a viu chegar, sorrindo como sempre sorriu. Não teve medo, nem desespero, nem sofreu nem se alarmou - atravessaram a porta que separa os dois mundos, Rachel o acompanhou com um olhar encantador e apaixonado. Estava linda, muito mais linda que antes. Amaram-se ali mesmo, como se amam os anjos nos campos do Senhor.
É isto aí!
Nas noites que se seguiram conversavam mais e mais. Rachel mostrava as passagens bíblicas, explicava cada detalhe, cada momento, de uma forma emocionante e elucidativa. Leonel então a convidava para rezarem juntos, e o quarto se transformava em um santuário de luz e paz celestial.
Semanas haviam se passado e já bem mais animado, aguardava-a com ansiedade. Naquela noite chegou de uma forma mais resplandescente. Havia um diferente e intenso brilho nos seus olhos e seus lábios aparentemente estavam sensuais. Falaram de tudo o que ele queria perguntar, pediu para ela cantar na língua dos anjos, cantou desafinado uns hinos em Latim, riram muito.
Leonel então, pela primeira vez, tocou-lhe no braço e ali algo ocorreu. Um flash de energia fluiu em mão dupla, ambos foram unidos por uma estranha sensação de êxtase. Houve prazer e pânico, uma mistura complexa de paixão e susto. Desejou tocá-la mais, desejou abraçá-la, desejou beijá-la, mas estranhamente adormeceu.
Rachel nunca mais foi vista. Mas seu perfume ficou permanentemente na sua vida. Porém o tempo não para. Afastou-se de tudo e de todos. Viveu todos os anos em completa solidão, afastado do mundo e das coisas do mundo. Um dia, e este dia sempre chega, adoeceu, já em avançada idade. Na cama de uma enfermaria, sem forças, a viu chegar, sorrindo como sempre sorriu. Não teve medo, nem desespero, nem sofreu nem se alarmou - atravessaram a porta que separa os dois mundos, Rachel o acompanhou com um olhar encantador e apaixonado. Estava linda, muito mais linda que antes. Amaram-se ali mesmo, como se amam os anjos nos campos do Senhor.
É isto aí!
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