sábado, 1 de novembro de 2014

Arlindo, estou grávida!


Arlindo, precisamos conversar...

Mas é o que estamos fazendo, Terezinha - estamos conversando.

Nossa, Arlindo, como você é burro. Quarenta anos juntos e sempre o mesmo burro.

Bem, pelo menos você achou alguma coisa em mim...

Arlindo, eu tenho que falar uma coisa com você, e não sei como dizer isto.

Terezenha, comece pelo mais simples.

Odeio quando você faz este maldito trocadilho com meu nome, me chamando de Terezenha, eu sei por que você faz isto. Você é um cretino, e eu descobri que este "enha" é por que você me julga seca, enrugada e inflexível como uma haste de lenha, e não desminta por que ouvi esta versão de uma amiga cujo marido bêbado, que é da sua turminha de idiotas, contou achando graça.

Vai, fala logo ou então termina esta conversa.

Nem desmente. Cretino! Cretino! Ai, que ódio, meu Deus, que ódio... Arlindo, eu preciso te dizer uma coisa, nem sei como falar, mas não posso mais esconder isto está doendo muito em mim esta vida dupla que estou levando. Arlindo... eu... eu... olha Arlindo, quero que saiba que te amo, mas tenho um amante.

(silêncio)

Um amante, Arlindo, um homem que me ama, me seduz, me tem nos seus braços e me chama de amor.

(silêncio e sorrindo)

Espera, você não vai falar nada? Diz prá mim, Arlindo, fala alguma coisa e tira este sorrisinho irônico do rosto... perdoa Arlindo, eu te traí por que te amo... perdoa meu amor...

(gargalhando)

Para de rir, Arlindo, para com isto... espera, onde você vai? Volta, amor, não ria... fiz isto por nós dois...

Só vou no bar contar esta para os amigos e depois eu volto...

Volta amor... precisamos conversar mais sobre isto... é que estou grávida...

Ai, Terezinha, você é muito divertida... (gargalhadas escandalosas)

Malvado... bem que podia ser verdade só para você ser corno...

Mas aí eu já teria te abandonado.

É... por este lado melhor que não, não é amor?

É isto aí!




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