sábado, 14 de setembro de 2019

Sonho, apenas um sonho.

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- Sabe, doutor, dia destes tive um sonho esquisito.

- Esquisito?! Pode descrevê-lo para  mim?

- Estava jovem, magro, elegantemente vestido num terno caro, ajoelhado no genuflexório.

- Interessante! Prossiga.

- Terminei de rezar, e observei que era uma capelinha bem pequena, mas ao mesmo tempo acolhedora. A luz era indireta, mas havia luminosidade excelente.

- E tinha sombras?

- Engraçado, agora que perguntou ... não, não existia sombras. Bem, saí da  capela e a porta dava para um imenso pátio quadrangular. Muitas construções, com todas as portas fechadas.

- Você experimentou abrir alguma?

- Não. Eu sabia que estavam fechadas. E não tinha ninguém no pátio. À esquerda tinha um imenso palácio, à direita, edificações que sugeriam a parte de administração pública, fórum, etc. Era um palácio gótico, aliás, todos os prédios eram góticos, menos a capelinha. Engraçado, a capelinha era do estilo barroco.

- Quer falar sobre esta dualidade Gótico X Barroco?

- Hoje não. Não achei estranho, mas o que chamou minha atenção foi o imenso portão vermelho no lado oposto à capela. Calculei que a distância entre onde esta e o portão, possivelmente a saída, seria em torno de 200 metros, usando como parâmetro a dimensão das construções. Comecei a andar, a andar, a andar, e só cheguei ao portão, exausto, por volta da meia noite.

- E como abriu o portão?

- Não abri, ele abriu sozinho, e mergulhei numa luz intensa. Senti a necessidade de prosseguir a caminhada, apesar do cansaço. Quando consegui enxergar com nitidez, estava de volta à capela, que agora estava cheia, lotada e tinha um coro com conto gregoriano, e haviam freiras e um padre, e todos me olhavam assustados, sei lá, esquisito demais.

- Pode explicar?

- Sim, custei  a perceber que estava nu. Sai correndo em direção à porta, e foi aí que eu a vi.

- A viu? Era ela mesma?

- Sim, ela estava nua, numa cama pequena, no meio do pátio. Levei anos para chegar na cama. Me percebi envelhecendo, meu corpo mudando, e quando eu cheguei, puxa vida, ela sorriu e desapareceu.

- Quer falar sobre isto?

- Não, eu já entendi. Tudo bem, eu já entendi.

É isto aí!

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