Havia no final da rua, na casa verde da direita, um homem solitário, de pouca conversa e nenhum convívio. Engraçado, nunca ouvi a voz dele. Na casa de reboco e janela torta, que eu chamava de casa Torta, morava um casal, ela era lavadeira, ele carpinteiro de dia e bêbado de noite. Um excelente carpinteiro, e nunca ouvi gritando, cantando, enfim, era o bêbado triste eu acho.
Na casa da castanheira, falando assim por que, claro, tinha uma enorme castanheira na frente, morava a dona Rosa, um senhora de idade indefinida, pele enrugada e rosto tenso em tempo integral. Eventualmente o homem da casa verde da direita entrava e ficava por um tempo na casa da castanheira.
Na casa do muro, a única que tinha muro na rua descalça, morava aquela que seria por anos o alimento dos meus sonhos mais prazerosos. O que aconteceu com ela? Perdi o contato e a visão das suas pernas flutuando na rua descalça.
Tinha a venda do Zé Vieira, tinha a Marlene (nunca entendi bem do que vivia a Marlene), tinha os meninos da rua de baixo que vinham jogar bola com a gente, por que na nossa rua não passava carro e sobretudo por que os adultos não rasgavam as bolas.
Dia destes fui a um casamento e a mãe do noivo era desta época, morava na casa do tarrafeiro, era filha dele. Nos vimos, nos cumprimentamos e pronto, só isto, achei engraçado - não éramos da mesma turma ...rs
Engraçado a infância, ela guarda muitas histórias, mas nomes não importam. Estou ficando velho ...
É isto aí!
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